Cerca de cinco mil gestores públicos, entre eles 226 paraenses, podem ficar impedidos de disputar as eleições gerais de outubro. A lista com nomes e dados de políticos e administradores públicos que tiveram suas contas consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU) foi entregue ontem pelo presidente do órgão, ministro Ubiratan Aguiar, ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski. Com ela em mãos, a Justiça pode declarar a inelegibilidade de candidatos. As informações se referem a gastos nos últimos oito anos.
Ao todo, são 421 processos de autoridades paraenses que não cabem mais recurso no TCU. O Estado só é superado pelo Maranhão, com 728 contas irregulares, pela Bahia, com 700, pelo Distrito Federal, com 614, Minas Gerais, com 575, e São Paulo, com 455. O campeão de condenações no Estado é Gervásio Bandeira Ferreira, ex-prefeito de Breves, com 12, todas referentes à época da sua gestão. Ele tomou a posição do ex-prefeito de Curionópolis, Osmar Ribeiro da Silva, que no último levantamento, em 2006, foi o recordista de contas rejeitadas. Ele aparece com 11, uma a mais do levantamento feito há dois anos.
Em terceiro, com 8, estão os ex-prefeitos Jair da Campo (Eldorado dos Carajás) e Walcir Oliveira da Costa (Irituia). Seguem, com 6 condenações, Aracy do Socorro de Gama Bentes, Elzemar da Silva, Domingos Diniz, Waldemir Marques Damasceno, Osmundo Naiff e Leoci da Cunha Macedo, ex-prefeitos, respectivamente, dos municípios de Almeirim, Abaetetuba, Limoeiro do Ajuru, Igarapé-Açu, Marapanim e Bagre.
Mais de 70% dos municípios paraenses estão citados na lista. Refere-se à má aplicação dos recursos públicos, ou seja, ex-prefeitos que receberam dinheiro do erário para investir em políticas públicas, mas geriram mal os recursos, ou os desviaram. Impressiona o número de irregularidades nos recursos destinados aos municípios para manutenção da educação e da saúde. Mais de 70 contas irregulares estão relacionadas a Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e 40 são convênios com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Aparecem também várias irregularidades com a Caixa Econômica Federal no Estado, com a extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e com a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).
Curiosamente, entre as autoridades, ainda aparecem dois nomes relacionados a Universidade Federal do Pará (UFPA). O atual reitor Carlos Edilson de Almeida Maneschy e o ex-reitor Cristovam Wanderley Picanço Diniz. Ambos, por processos relacionados a Fadesp. (Fonte: Amazônia)
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