Na próxima segunda feira, 28, dez casais que mantêm relações homoafetivas vão oficializar a união de maneira pública. Os casais vão estabelecer e assinar um contrato de união estável, em cerimônia organizada e realizada no Auditório da Defensoria Publica do Estado do Pará. Os casais vão receber do cartório uma escrituração pública, para provar que esses parceiros juntam esforços e recursos econômicos para construir vida em comum. Além do respeito e da garantia de divisão e herança, que exista ou venha a existir, em regime de condomínio, com os percentuais estabelecidos ou não, o contrato vai possibilitar mais segurança e equilíbrio na relação, pelo menos neste aspecto.
Um dos casais que vai participar da cerimônia e comemorar muito é Rai Carlos Coelho, 49, servidor público, e sua companheira Rose Durães Carvalho, 39. O casal, que convive há mais de treze anos, está muito feliz e na expectativa de avançar mais um grande passo na luta contra o preconceito. Rai é transsexual e diz que desde a infância sempre se sentiu como um homem. Quando conheceu Rose foi rápido e em quatro meses já viviam junto com o casal de filhos menores dela, hoje uma moça com 22 e um rapaz com 18, que apoiam a relação da mãe sem preconceitos. Rose, que é bissexual, não precisou enfrentar o preconceito da família. Sempre teve apoio e conta que a família dela, inclusive a mãe, sempre tratou muito bem seu parceiro. Rai é formado em filosofia e Rose estuda sociologia.
Mas Rai, que nasceu Raimunda e luta na Justiça para ter seu nome de transsexual reconhecido, sofreu de dentro de casa até a rua todo o tipo de preconceito. A superação veio com formação, trabalho, luta contra o preconceito e muito equilíbrio. O casal é militante da causa, que na próxima segunda feira comemora o Dia do Movimento Gay. Ele diz que por conta da falta de contrato muitos que ficam sem o parceiro precisam brigar na Justiça ou acabam perdendo tudo o que construíram juntos. (Fonte: Amazônia)
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