Veterinária e proprietária de um hotel para cachorro, Marta Morhy, de 34 anos, teve a idéia do empreendimento criativo a partir de uma necessidade dela própria. Sempre que precisava viajar, não tinha com quem deixar o cachorro da raça São Bernardo que cria há cinco anos. A solução encontrada era pagar alguém para cuidar do cachorro dentro da casa dela. "As hospedarias para animais são muito pequenas, muitas vezes são apenas gaiolas. Elas não são ideais para deixar o cachorro ou o gato durante dias seguidos", diz. "Quando decidi fazer o hotel, fiz reformas específicas para tornar o lugar adequado para a estadia dos bichos. Por isso temos um espaço apenas para cachorros, separado dos gatos, que se estressam facilmente, e vários ambientes para exercícios e recreação", explica Marta, que vendeu uma casa no bairro da Marambaia para montar o spa/hotel.
Os preços ainda são promocionais, porque o hotel foi inaugurado há menos de três meses. A diária em alta temporada é de R$ 30,00, e em baixa, R$ 25,00. Deixar um cão ou um gato durante um mês no spa de 30 x 50 m² , onde também funciona uma clínica veterinária, custa aproximadamente R$ 360,00. Na taxa não estão inclusos banhos e alimentação. Marta se demonstra preocupada com as pessoas que hospedam os animais com a intenção de abandoná-los, o que ainda não aconteceu no local. "O dono assina um contrato no qual se compromete a não fazer isso. Quando ocorrer, vamos tentar localizar a pessoa que deixou e, em último caso, encaminhar o animal para adoção", adverte a proprietária do hotel aos inimigos dos animais.
Atualmente são cinco os animais hospedados por Marta - dois poodles, um husky, um vira-latas e um dachshund. O espaço abriga até 15 gatos e 12 cachorros. Ela não abre mão de utilizar a internet para informar os donos como o animalzinho está se comportando. Todos os bichinhos que passam pelo spa têm diariamente as atividades fotografadas e postadas no site de relacionamentos Orkut. "As pessoas que deixam os animais aqui são muito ligadas a eles, então, as fotos fazem com que os donos possam saber em qualquer lugar como o cachorro está sendo tratado", enfatiza.
A esteticista Fabíola Santiago, 34, fez cursos em São Paulo (SP) voltado para o embelezamento de animais. Clareamento, pintura das unhas, alisamento, chapinha, aplicação de "tatoocão" - a tatuagem canina - e piercing especial são algumas das especialidades da profissional. "Fazemos qualquer desenho que o cliente pedir. A tatuagem não é definitiva, ela sai depois de algumas lavagens e o animal não sente dor", garante a autônoma. Mas ela admite que apesar das opções, o nada inusitado banho e tosa a domicílio ainda é o serviço mais procurado pelos clientes. "Acredito que seja uma questão cultural. Os paraenses são muito conservadores no momento de tratar o animal, evitam sair do habitual", avalia Fabíola. (No Amazônia)
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