Uma comissão formada por conselheiros e membros da diretoria do Remo, entre eles o presidente Amaro Klautau, discutiu na tarde de ontem, no prédio sede do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 8ª Região, os principais pontos da polêmica venda do estádio Baenão para as empresas Agre e Leal Moreira. Durante a reunião, a juíza Ida Selene Braga, titutar da 13ª Vara do Tribunal e responsável pela condução da negociação, fez alguns esclarecimentos sobre o valor da transação, R$ 33,2 milhões, e a forma de pagamento da dívida trabalhista do clube, que pelos últimos cálculos da Justiça está próxima de R$ 8 milhões.
O encontro, que durou cerca de três horas, ocorreu com portas fechadas. A juíza não permitiu a entrada da imprensa. Os representantes do Conselho Deliberativo remista, que integram a comissão mista formada na segunda-feira passada para analisar os detalhes do negócio, também deixaram o prédio sem falar com os repórteres. Estavam presentes o ex-presidente do clube Manoel Ribeiro, o promotor de justiça Domingos Sávio, o advogado e empresário Antônio Carlos Teixeira, o Tonhão, e o engenheiro Sérgio Cabeça.
Amaro Klautau, por seu turno, concedeu uma entrevista coletiva após a reunião. Ele demonstrou ter ficado muito satisfeito com o resultado da reunião. Segundo o dirigente, os conselheiros ouviram da magistrada as mesmas explicações que ele própria já havia dada à imprensa e ao Condel azulino, na segunda-feira passada.
'Na verdade, o que a comissão ouviu hoje (ontem) não é nada diferente do que nós estamos dizendo desde que este processo teve início. A venda do Baenão é a única saída para que os problemas do Clube do Remo com a Justiça do Trabalho se resolvam. Além disso, a juíza disse a eles que está pronta para receber propostas melhores do que a Agre e Leal Moreira apresentaram. Mas o tempo está se esgotando', esclareceu Klautau, que estava acompanhado do vice-presidente Orlando Frade e do advogado Mauro Maroja, vice-presidente jurídico do Leão Azul.
Para o cartola, a participação de conselheiros proeminentes nas discussões em torno da venda do Baenão, como Manoel Ribeiro, Tonhão e Sérgio Cabeça, é importante para ampliar a mobilização remista na busca de uma solução para o impasse que envolve a compra do terreno no bairro Anita Gerosa, antigo Aurá, em Ananindeua, onde se pretende construir a Arena do Leão e um centro de treinamento e formação de atletas.
'O importante é que um canal foi aberto para que a comunidade remista possa dizer o que quer para o seu futuro. Na minha opinião, a melhor opção que temos é a do terreno do Aurá. É uma área enorme, de 200 mil metros quadrados onde poderemos construir, além de um estádio e um centro de treinamentos, diversos outros empreendimentos para o clube', argumentou Klautau, alertando em seguida que a juíza Ida Selene Braga estipulou o dia 4 de outubro como prazo final para a apresentação de um outro terreno ou até mesmo de uma segunda proposta de compra do estádio remista. 'O tempo está passando e precisamos de uma decisão rápida', ressaltou.
Ainda de acordo com o mandatário, uma reunião extraordinária do Condel azulino deverá ser convocada para a próxima segunda-feira. Na oportunidade, os membros da comissão prestarão esclarecimentos aos demais conselheiros do clube sobre os pontos discutidos no encontro de ontem.
Felício Pontes vai nomear relatores
O presidente do Conselho Deliberativo do Remo, Felício de Araújo Pontes, deve nomear uma comissão de três a cinco conselheiros para serem os relatores do processo em andamento contra o presidente do clube, Amaro Klautau. Em face da dificuldade de analisar sozinho a petição apresentada por um grupo de conselheiros, na segunda-feira passada, solicitando o afastamento e a expulsão de Klautau, o desembargador aposentado está avaliando que a melhor saída é dividir a responsabilidade entre mais integrantes do Condel.
A ideia inicial, segundo Pontes, é a de determinar se haverá ou não abertura de processo disciplinar contra o presidente da agremiação até o final deste mês. Por isso, os conselheiros escolhidos para a tarefa também deverão ser da área jurídica - advogados, promotores de justiça ou juízes.
Ontem, novamente questionado sobre o risco de ser expulso do clube, Amaro Klautau disse que só irá se pronunciar sobre o caso nos altos do processo, caso a acusação seja aceita pela presidência do Condel azulino. O mandatário é acusado de violar o artigo 57 do estatuto do clube - 'é passível de expulsão o associado que, por ação ou omissão deliberada, atentar contra o conceito público ou o patrimônio do Clube do Remo' - ao ordenar a destruição do escudo do clube que ficava na entrada do estádio, na Avenida Almirante Barroso, na noite do dia 23 do mês passado. (No Amazônia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário