De Anônimo:
"Incontestavelmente, a enchente e a seca dos rios fazem estragos seculares na Amazônia. De vez em quando uma delas ultrapassa os limites costumeiros e vale a pena testemunhar o prestativo corre-corre de humanitárias autoridades, condoídas ao verem tantos Cristos encharcados, de bubuia no turbilhão de águas assassinas.... Ou, então, enfrentando dificuldades, sofrimento, perda de tudo o que plantaram e até mortes em decorrência da grande seca, como a deste ano. Decretam-se logo situações de calamidade pública e os governos asseguram aos flagelados que, agora, sim, vamos executar obras essenciais, adiadas há muitas décadas, para que não se repitam catástrofes semelhantes. Para azar do povo, entretanto, o rio vaza (ou enche), o verão amanhece com a fartura antiga, os mortos estão sepultados, as coisas se ajeitam como abóboras em carroça. A vida continua e... não se fala mais nisso até a próxima desgraça. Estamos no país das emergências, das portas que se fecham após o ladrão limpar tudo e que se reabrem um mês mais tarde, quando o susto perdeu a força inicial. E viva o meu Brasil brasileiro, terra de samba e pandeiro!"
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