Em meio ao grande espaço ocupado pelo debate religioso nestas eleições, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha, afirmou nesta quinta-feira que não se pode silenciar a Igreja, o que chamou de "ditadura laica".
Para o presidente da entidade, a instituição deve defender critérios e valores como o de defesa da vida, sem, no entanto, orientar a votação em determinado partido ou candidato.
"Numa sociedade democrática, o que não se pode fazer é querer silenciar a Igreja como se ela não pudesse manifestar a sua posição", defendeu o presidente da CNBB.
Os temas aborto e religião ganharam destaque na reta final da campanha do primeiro turno, e líderes religiosos pregaram abertamente contra o voto nos candidatos do PT, especialmente por posições sobre o aborto.
Isso acabou gerando um debate sobre a influência das igrejas entre os fiéis e, ao mesmo tempo, levou a uma busca de aproximação por parte dos candidatos que concorrem à Presidência da República.
"A Igreja, com o peso e o volume que tem, quando fala, é acusada de estar se intrometendo num âmbito que não é da sua competência. Esse argumento é falso", disse a jornalistas.
Dom Geraldo Lyrio afirmou que, apesar de o Estado brasileiro ser laico, a sociedade é "profundamente religiosa", o que justificaria discutir não só temas econômicos ou administrativos, mas também temas caros à Igreja, como o aborto e a eutanásia. (Em O Globo)
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