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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Deputado mais votado do Pará é acusado de comprar votos

O cenário pré-configurado na Câmara Federal pode mudar caso se concretize a representação impetrada na última sexta-feira pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Pará (TRE-PA) contra Wladimir Costa (PMDB), reeleito este ano pela terceira vez.

O documento acusa o parlamentar de oferecer cursos gratuitos de informática no município de Itupiranga durante a campanha para conseguir votos. O processo já está nas mãos da relatora, a juíza Maria do Céu Maciel Coutinho, do TRE-PA, e pode provocar uma dança das cadeiras se for julgado antes da diplomação dos eleitos, marcada para 17 de dezembro, já que uma decisão favorável ao MPE resultaria na cassação do registro de candidatura de Wlad e exigiria a necessidade de novo cálculo de quociente eleitoral de legendas e coligações. Uma análise posterior a essa data desobriga o tribunal de fazer o recálculo, e um parecer desfavorável a Wladimir prejudicaria somente a ele, que teria o mandato cassado, sendo obrigado a entregar sua vaga ao suplente. O deputado garante, assim como sua assessoria jurídica, que está tranquilo diante da situação, julgada por ele como "improcedente e fantasiosa".

A representação é assinada pelos procuradores eleitorais auxiliares Bruno Araújo Valente Soares e André Sampaio Viana, que garantem estar fazendo o possível para que o processo seja analisado o quanto antes. "Se a relatora julgar a situação até o dia 17, e obtivermos um parecer favorável, pode cair não só o deputado Wladimir Costa, mas também outro parlamentar eleito por conta da sobra de votos obtidos pela legenda, já que ele próprio teve uma votação bastante alta", explica Bruno Valente. Nesse caso, o TRE é obrigado a fazer um novo cálculo para saber quem assume o lugar vago, que iria, mais provavelmente, para o deputado não eleito cuja legenda ou partido tenha obtido maior sobra de votos - o que não exclui o PMDB.

A representação envolve ainda o irmão do deputado, Wlaudecir Antônio da Costa Rabelo, proprietário da rádio Jovem FM, que funciona em Itupiranga, no sudeste paraense, e Murilo Santos Ferreira, coordenador da rádio e também da campanha de Wlad no município.

Ontem à tarde, Wladimir Costa disse que está tranquilo em relação às acusações. "Vamos nos defender. É uma situação improcedente e fantasiosa. Acredito na sinceridade da Justiça Eleitoral. Fui o deputado federal mais votado e isso gera inveja em alguns, não todos, faço questão de reforçar, adversários. Isso tudo é um grande teatro com motivação política como pano de fundo", defende-se. O advogado que cuidará da defesa do peemedebista, Elson Soares, chama de "pseudo-representação" a ação movida pelo MPE. (No Amazônia)


Um comentário:

  1. Este é um político que sabe manipular muito bem a ignorância do povo. Em Brasília é do baixíssimo clero. O que já fez?

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