O governador eleito Simão Jatene (PSDB) promete fazer uma devassa nas obras e programas do atual Governo. Só serão mantidos os projetos que estiverem legalizados. Um dos alvos será o aluguel dos 450 carros para a Polícia Militar do Pará, cujo contrato ele classificou de ‘nebuloso’. Em entrevista a jornalista Keila Ferreira/O LIBERAL/Amazônia, o tucano prometeu ‘despartidarizar’ e dar conceito ao programa Navega Pará, que ficará com o mesmo nome. Já o economista Sérgio Leão foi escolhido por Jatene para coordenar a transição de governo. A seguir a entrevista:
O que garantiu sua vitória?
"Acho que não existe um motivo único. A verdade é que nessa eleição teve um elemento determinante: a população abraçou nossa campanha, que foi feita com muitas vozes e corações. E isso não é uma fase, é um sentimento. Agora, porque que o povo abraçou nossa campanha? Eu acho que que foi o desencanto com o que está aí, após uma comparação de governos. Nós deixamos o governo com 80% de aprovação. E esse governo chegou criando uma expectativa que não foi correspondida".
Qual foi o erro da governadora nesses quatro anos?
"Eu não gostaria de fazer esse tipo de julgamento, mas eu acho que prometer e não ter o cuidado de resgatar o que foi dito, pode ser comprometedor. E eu posso dar um exemplo disso. Eu ouvi declarações, que eu não sei se são verdadeiras, dela dizendo que vai entregar o Estado mil vezes melhor do que estava. Eu não duvido que seja melhor. Agora, mil vezes melhor é um exagero".
O apoio do ex-governador Almir Gabriel pode ter prejudicado a candidatura de Ana Júlia Carepa?
"Eu não sei. Eu continuo tendo do governador Almir Gabriel a imagem que eu tinha quando trabalhamos juntos. E eu quero manter essa imagem. E, graças a Deus, acho que Deus me deu sabedoria e me luminou para que eu passasse por essa campanha tendo no meu coração esse sentimento. Eu não quero ter ódio na minha vida".
O senhor pretende visitar os municípios onde teve maior votação para agradecer?
"Não apenas esses. Eu quero ver se regionalmente eu volto no itnerior para fazer o agradecimento, independentemente do resultado obtido".
Por que o senhor acha que perdeu em Marabá?
"Em Marabá tentaram transformar uma obra privada, que é a questão da Alpa (Siderúrgica Aços Laminados do Pará) em pública. O Governo do Estado terminou que, em certas horas, não se sabia quem ia governar, se era o presidente da Vale ou o governador. Mas isso é uma outra história".
O senhor já disse que pretende manter as obras e programas do Governo que estão dando certo. Quais são essas ações que serão mantidas?
"O que tiver dentro da legalidade e dando certo vou manter. E também não vou trocar nome não. Essa história de Cheque Moradia, Banco do Cidadão muderam de nome é uma perda de tempo. Eu te confesso que não me presto para isso".
E quais as ações que serão mantidas?
"Nós vamos avaliar porque as obras precisam ter duas condições importantes: primeiro atender os interesses da população e segundo estar dentro da legalidade. E isso aí eu só posso saber na hora que eu puder ver o quadro do Estado".
Mas, no caso do projeto do Navegapará, por exemplo, um dos mais divulgados pelo atual Governo. O que o senhor acha dele?
"Eu acho que o Navegapará é uma bela ferramenta, mas que precisa ter conceito. O que nós vamos fazer com ele? Primeiro despartidarizar, tá certo? Porque eu não sei se é verdade, mas tenho informação de que existe infocentro em casa de militantes. Mas isso é outra coisa. Depois vamos conceituá-lo como um instrumento de transparência com o Governo. De comunicação mesmo com a sociedade. De difusão de políticas públicas como o exercício da telemedicina, que poderá ser um instrumento importante. Então, essa questão dos conceitos é que nós vamos imprimir ao Navegapará".
Uma das medidas tomadas no Governo de Ana Júlia Carepa para segurança foi o aluguel de 450 carros para a Polícia Militar. Só que isso acabou virando alvo de investigação por parte do Ministério Público. O senhor pretende continuar com este contrato?
"O contrato é nebuloso. O que é lamentável é que os carros que nós deixamos para a polícia, mas ao que eu sei, me mandaram inclusive fotografias, foram todos colocados em frente a um cemitério. Carros bons, carros novos, que foram abandonados. Nós compramos várias caminhonetes, que são muito mais preparadas a fazer essa ação. O que eu posso garantir é que a polícia não vai ficar sem carro. Isso aí não vai".
Então, quando o senhor assumir, pretende analisar esse contrato?
"Eu espero que na transição se possa ter essas coisas mais claras. Eu procuro ser muito coerente com as coisas, pois já enfrentamos uma transiçaõ, quando estava a questão dos hospitais regionais, de colocá-los em funcionamento. Inclusive, eu sugeri que a transição fosse feita tendo como observadores o Ministério Público, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), enfim, outras instituições. Eu continuo achando que isso é saudável, porque isso dá transparência".
O senhor pretende então tratar com a governadora esse período de transição e propor a ela que entidades participem?
"Eu já estou dizendo isso para o jornal e espero sim. Porque esse é um comportamento que eu tive".
O senhor chegou a conversar com ela depois da eleição?
"Ela me ligou na noite do domingo, dez e pouco da noite, só me dizendo ‘olha, parabéns e tal. Fique tranquilo porque a transição vai ser tranquila".
Porque o Sérgio Leão foi o escolhido para ser o coordenador dessa transição?
"Porque ele tem uma somatória de qualidades para isso. Conhece o Estado, é uma pessoa extremamente correta. Tem uma vida dedicada à administração pública. É um homem muito sereno, muito equilibrado. Então, tem predicados que são importantes para quem vai coordenar uma transição".
O senhor pretende de alguma forma atuar na tramitação da Lei Orçamentária Anual que se encontra na Assembleia Legislativa?
"Eu te diria que é saudável isso, tá certo? Eu estou deixando passar essa fase da eleição para conversar com o presidente da Assembleia Legislativa (deputado Domingos Juvenil/PMDB) e com os parlamentares. Até porque esse cuidado eu também tive quando nós fizemos a transição passada".
Onde o senhor vai morar?
"Eu estou pensando. Não sei, realmente estou tentando ver como isso vai ficar".
O Governo do Estado lançou um pacote de medidas que seria o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Pará. O senhor pretende manter isso?
"Eu disse isso nos debates e sou completamente fiel ao que eu disse lá. Se eu não me equivoco eram investimentos que falavam em R$ 106 bilhões, dos quais, algo em torno de R$ 100 bilhões eram da iniciativa privada e do Governo Federal. Eu tenho dificuldade de entender como eu lanço um programa de R$ 106 bilhões, que R$ 100 bilhões são da iniciativa privada e mais federal. O Estado entraria com R$ 6 bilhões. Ora, o Estado entra então com menos de 5% de um programa e diz que está lançando um programa? Eu tenho dificuldade, eu quero ver isso".
O que o senhor irá fazer até o dia primeiro de janeiro?
"Há uma porção de coisas para fazer. Primeiro, eu acho que passada essa fase inicial eu quero sim ter uma semana ou dez dias para ficar com a família, lamber a cria. E voltar um pouco para dentro também. Vou levar algum material para ler, mas quero dar uma parada para refletir. Na volta, aí começar a conversar com as pessoas, com os partidos, com as lideranças e tal. Esperar que o governo já tenha decido como ele pretende fazer a transição e, evidentemente, sentar para discutir essa questão".
Quando o senhor deve começar a formar o secretariado? E o PMDB, terá um participação no seu Governo?
"Claro que sim, acho que todos os partidos que nos apoiaram. Eu espero que a parte boa do PT também seja nossa aliada. Estou disponível para conversar com todo mundo. Se na verdade é um pacto pelo Pará, eu tenho que estar aberto a isso".
Quais serão os critérios na hora de montar o secretariado?
"Primeiro a questão de seriedade, competência, amor pelo Pará, compromisso com a verdade. Critérios que a gente deve pautar na hora da escolha".
Como o senhor espera que seja a sua relação com a presidente eleita, Dilma Rousseff?
"Primeiro uma relação pautada pelo compromisso com a população, pois o desafio é reduzir pobreza e desigualdade". (No Amazônia)
O que garantiu sua vitória?
"Acho que não existe um motivo único. A verdade é que nessa eleição teve um elemento determinante: a população abraçou nossa campanha, que foi feita com muitas vozes e corações. E isso não é uma fase, é um sentimento. Agora, porque que o povo abraçou nossa campanha? Eu acho que que foi o desencanto com o que está aí, após uma comparação de governos. Nós deixamos o governo com 80% de aprovação. E esse governo chegou criando uma expectativa que não foi correspondida".
Qual foi o erro da governadora nesses quatro anos?
"Eu não gostaria de fazer esse tipo de julgamento, mas eu acho que prometer e não ter o cuidado de resgatar o que foi dito, pode ser comprometedor. E eu posso dar um exemplo disso. Eu ouvi declarações, que eu não sei se são verdadeiras, dela dizendo que vai entregar o Estado mil vezes melhor do que estava. Eu não duvido que seja melhor. Agora, mil vezes melhor é um exagero".
O apoio do ex-governador Almir Gabriel pode ter prejudicado a candidatura de Ana Júlia Carepa?
"Eu não sei. Eu continuo tendo do governador Almir Gabriel a imagem que eu tinha quando trabalhamos juntos. E eu quero manter essa imagem. E, graças a Deus, acho que Deus me deu sabedoria e me luminou para que eu passasse por essa campanha tendo no meu coração esse sentimento. Eu não quero ter ódio na minha vida".
O senhor pretende visitar os municípios onde teve maior votação para agradecer?
"Não apenas esses. Eu quero ver se regionalmente eu volto no itnerior para fazer o agradecimento, independentemente do resultado obtido".
Por que o senhor acha que perdeu em Marabá?
"Em Marabá tentaram transformar uma obra privada, que é a questão da Alpa (Siderúrgica Aços Laminados do Pará) em pública. O Governo do Estado terminou que, em certas horas, não se sabia quem ia governar, se era o presidente da Vale ou o governador. Mas isso é uma outra história".
O senhor já disse que pretende manter as obras e programas do Governo que estão dando certo. Quais são essas ações que serão mantidas?
"O que tiver dentro da legalidade e dando certo vou manter. E também não vou trocar nome não. Essa história de Cheque Moradia, Banco do Cidadão muderam de nome é uma perda de tempo. Eu te confesso que não me presto para isso".
E quais as ações que serão mantidas?
"Nós vamos avaliar porque as obras precisam ter duas condições importantes: primeiro atender os interesses da população e segundo estar dentro da legalidade. E isso aí eu só posso saber na hora que eu puder ver o quadro do Estado".
Mas, no caso do projeto do Navegapará, por exemplo, um dos mais divulgados pelo atual Governo. O que o senhor acha dele?
"Eu acho que o Navegapará é uma bela ferramenta, mas que precisa ter conceito. O que nós vamos fazer com ele? Primeiro despartidarizar, tá certo? Porque eu não sei se é verdade, mas tenho informação de que existe infocentro em casa de militantes. Mas isso é outra coisa. Depois vamos conceituá-lo como um instrumento de transparência com o Governo. De comunicação mesmo com a sociedade. De difusão de políticas públicas como o exercício da telemedicina, que poderá ser um instrumento importante. Então, essa questão dos conceitos é que nós vamos imprimir ao Navegapará".
Uma das medidas tomadas no Governo de Ana Júlia Carepa para segurança foi o aluguel de 450 carros para a Polícia Militar. Só que isso acabou virando alvo de investigação por parte do Ministério Público. O senhor pretende continuar com este contrato?
"O contrato é nebuloso. O que é lamentável é que os carros que nós deixamos para a polícia, mas ao que eu sei, me mandaram inclusive fotografias, foram todos colocados em frente a um cemitério. Carros bons, carros novos, que foram abandonados. Nós compramos várias caminhonetes, que são muito mais preparadas a fazer essa ação. O que eu posso garantir é que a polícia não vai ficar sem carro. Isso aí não vai".
Então, quando o senhor assumir, pretende analisar esse contrato?
"Eu espero que na transição se possa ter essas coisas mais claras. Eu procuro ser muito coerente com as coisas, pois já enfrentamos uma transiçaõ, quando estava a questão dos hospitais regionais, de colocá-los em funcionamento. Inclusive, eu sugeri que a transição fosse feita tendo como observadores o Ministério Público, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), enfim, outras instituições. Eu continuo achando que isso é saudável, porque isso dá transparência".
O senhor pretende então tratar com a governadora esse período de transição e propor a ela que entidades participem?
"Eu já estou dizendo isso para o jornal e espero sim. Porque esse é um comportamento que eu tive".
O senhor chegou a conversar com ela depois da eleição?
"Ela me ligou na noite do domingo, dez e pouco da noite, só me dizendo ‘olha, parabéns e tal. Fique tranquilo porque a transição vai ser tranquila".
Porque o Sérgio Leão foi o escolhido para ser o coordenador dessa transição?
"Porque ele tem uma somatória de qualidades para isso. Conhece o Estado, é uma pessoa extremamente correta. Tem uma vida dedicada à administração pública. É um homem muito sereno, muito equilibrado. Então, tem predicados que são importantes para quem vai coordenar uma transição".
O senhor pretende de alguma forma atuar na tramitação da Lei Orçamentária Anual que se encontra na Assembleia Legislativa?
"Eu te diria que é saudável isso, tá certo? Eu estou deixando passar essa fase da eleição para conversar com o presidente da Assembleia Legislativa (deputado Domingos Juvenil/PMDB) e com os parlamentares. Até porque esse cuidado eu também tive quando nós fizemos a transição passada".
Onde o senhor vai morar?
"Eu estou pensando. Não sei, realmente estou tentando ver como isso vai ficar".
O Governo do Estado lançou um pacote de medidas que seria o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Pará. O senhor pretende manter isso?
"Eu disse isso nos debates e sou completamente fiel ao que eu disse lá. Se eu não me equivoco eram investimentos que falavam em R$ 106 bilhões, dos quais, algo em torno de R$ 100 bilhões eram da iniciativa privada e do Governo Federal. Eu tenho dificuldade de entender como eu lanço um programa de R$ 106 bilhões, que R$ 100 bilhões são da iniciativa privada e mais federal. O Estado entraria com R$ 6 bilhões. Ora, o Estado entra então com menos de 5% de um programa e diz que está lançando um programa? Eu tenho dificuldade, eu quero ver isso".
O que o senhor irá fazer até o dia primeiro de janeiro?
"Há uma porção de coisas para fazer. Primeiro, eu acho que passada essa fase inicial eu quero sim ter uma semana ou dez dias para ficar com a família, lamber a cria. E voltar um pouco para dentro também. Vou levar algum material para ler, mas quero dar uma parada para refletir. Na volta, aí começar a conversar com as pessoas, com os partidos, com as lideranças e tal. Esperar que o governo já tenha decido como ele pretende fazer a transição e, evidentemente, sentar para discutir essa questão".
Quando o senhor deve começar a formar o secretariado? E o PMDB, terá um participação no seu Governo?
"Claro que sim, acho que todos os partidos que nos apoiaram. Eu espero que a parte boa do PT também seja nossa aliada. Estou disponível para conversar com todo mundo. Se na verdade é um pacto pelo Pará, eu tenho que estar aberto a isso".
Quais serão os critérios na hora de montar o secretariado?
"Primeiro a questão de seriedade, competência, amor pelo Pará, compromisso com a verdade. Critérios que a gente deve pautar na hora da escolha".
Como o senhor espera que seja a sua relação com a presidente eleita, Dilma Rousseff?
"Primeiro uma relação pautada pelo compromisso com a população, pois o desafio é reduzir pobreza e desigualdade". (No Amazônia)
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