A inauguração também contará com a presença da governadora Ana Júlia Carepa, que ontem comemorou a inauguração das eclusas: "A inauguração do Sistema de Transposição dos rios Tocantins e Araguaia é um sonho que permeava, há 30 anos, as aspirações dos paraenses. A inauguração das eclusas viabiliza a hidrovia do Tocantins. A obra também permitirá o escoamento de nossas riquezas minerais, e da produção industrial do aço da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), de Marabá."
O sistema de transposição de Tucuruí inclui duas eclusas: uma a montante da barragem da hidrelétrica, outra a jusante, de retorno à calha do rio Tocantins. Entre elas, um canal intermediário, com 5.580 metros de extensão e 32,5 metros de profundidade, permitirá a navegação de embarcações com calado máximo de 4,5 metros. As eclusas de Tucuruí têm capacidade para dar passagem a 40 milhões de toneladas de cargas por ano, a maior entre todas as eclusas existentes no mundo. O tempo de transposição dos comboios, de jusante a montante ou vice e versa, será de 1h30. O canal permite comboios se deslocando em direções opostas, e a capacidade máxima será de 24 comboios por dia nas duas direções. Os custos de manutenção das transposições somam R$ 2,8 milhões por ano, que no início serão realizados gratuitamente.
Em entrevista coletiva na tarde de ontem, em Tucuruí, o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte, Adhemar Palocci, e o diretor de Infraestrutura Aquaviária do DNIT, Herbert Drummond, anunciaram a conclusão das obras do Sistema de Transposição de Desnível dos Rios Tocantins e Araguaia, as eclusas de Tucuruí. Eles informaram que os primeiros testes foram feitos com um rebocador no último sábado, mas a primeira carga transportada foi o muro-guia de montante, com estrutura de 140 metros que colabora no alinhamento dos barcos antes da entrada na câmara da eclusa. A operação, acompanhada pela Capitania dos Portos da Amazônia Oriental, foi considerada um sucesso e serviu para testar as embarcações que serão usadas na inauguração da obra.
O primeiro contrato para o início das obras das eclusas de Tucuruí foi assinado em 1981. No entanto, só em 2007 foram retomadas as obras e realizados investimentos de mais de R$ 1,03 bilhão. Para a conclusão total, o custo da obra soma R$ 1,66 bilhão.
Uma vez constituída, a Hidrovia Araguaia-Tocantins será um fator determinante para a exploração, em larga escala, dos recursos minerais e agropecuários das regiões centro-oeste e norte do Brasil. Elas permitirão o tráfego de comboios com capacidade de carga de até 20 mil toneladas. Essa carga sairá de Marabá e percorrerá 445 quilômetros até o porto de Vila do Conde, próximo a Belém, localizado em local estratégico em relação aos mercados norte-americano, europeu e extremo Oriente. O funcionamento pleno das eclusas está previsto para março de 2011. (No Amazônia)
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