(...) “Sem pretender ditar um plano de ação, parece-me oportuno levantar um feixe de princípios que deverão nortear esta administração que se inicia. Em primeiro lugar manifesto meu total desacordo com o ´lugar comum` a que foram colocadas as empresas públicas, que, diferentemente do que motivou a sua criação, tem sido conduzidas, em vários exemplos, como uma mera repartição governamental, apenas com um estatuto diferenciado, sem qualquer identidade com o fator empresarial ao qual deveriam estar ligadas invariavelmente – a inovação e a produtividade. Diante desse entendimento é que me coloco perante esse desafio de aceitar o convite do nosso Governador, para que a frente da Cosanpa possa então ajudá-la a atingir os nobres objetivos a ela impostos no plano social e ecológico.
(...) Ainda, sem o devido conhecimento detalhado da real situação da companhia, posso afirmar que teremos que conduzir uma verdadeira transformação empresarial na nossa Cosanpa, contemplando:
- uma avaliação dos processos internos da companhia; reciclando e treinando a mão-de-obra; aumentando em quantidade e qualidade o nível de atendimento aos clientes; reduzindo as perdas de produto, que hoje atingem índices elevadíssimos; reduzindo os custos de operação e das obras; atualizando os cadastros da rede e dos clientes, para que possamos melhorar os índices de desempenhos operacional e econômico; direcionando nossas ações e nossos projetos como principais agentes da melhoria da saúde pública e qualidade de vida da população.
(...) Atualmente, das 58 cidades operadas pela Cosanpa, apenas a metade da população urbana vem sendo atendida pela rede geral de água, e o atendimento pela rede pública de esgotamento sanitário, que só existe na Capital, apresenta um tímido atendimento a 6% das residências. As soluções alternativas de água ou esgotamento adotadas por grande parte da população não são sanitariamente corretas pois comprometem a saúde pública e degradam o meio ambiente.
(...) Em minhas observações preliminares verifiquei estudos que indicam a necessidade de investimentos anuais na ordem de R$ 600 milhões/ano para os próximos 15 anos para que os níveis de atendimento de abastecimento de água atinjam 75% da população e de esgoto tratado cheguem a 40%. Os planos de ação relacionados e as métricas de avaliação de performance que serão utilizadas, definirão claramente o que será feito, como, quando e por quem, aliado a uma rígida cobrança dos compromissos com a entrega das coisas combinadas.
(...) A Cosanpa é concessionária prestadora de serviços a população, em diferentes municípios, portanto é fundamental o engajamento pleno e pessoal dos diretores, das gerências, lideranças e suas equipes, uma vez que o nosso programa de transformação, a ser desenvolvido, contemplará os planos de ação locais, a partir de um direcionamento comum para a empresa.
(...) O grande desafio que se impõe neste momento é alcançar um justo equilíbrio entre a recuperação financeira da empresa e o Lucro Social para a população”.
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