“A multiplicidade de pontos de vista, a abordagem investigativa e sem preconceitos dos grandes temas de interesse nacional, constituem princípios indispensáveis para o pleno usufruto da democracia. Mesmo quando são irritantes”, asseverou Dilma.
Após cumprimentar todas as autoridades presentes, Dilma traçou um rápido panorama da história da imprensa, desde a independência do Brasil, para lembrar que, na maior parte do tempo, ela esteve sob alguma forma de censura. “A censura obrigou o primeiro jornal brasileiro a ser impresso em Londres”, pontuou a presidente. “De Libero Badaró a Vladimir Herzog, ser jornalista no Brasil tem sido um ato de coragem”, admitiu.
Nos cumprimentos iniciais, Dilma fez menção ao ex-presidente e seu adversário político Fernando Henrique Cardoso, presente na plateia, mas não citou o também ex-presidente, e seu aliado no Congresso, Fernando Collor de Mello – que também esteve na Sala São Paulo, no centro da capital, para a festa.
Segundo a presidente, uma imprensa livre, plural e investigativa é imprescindível para a democracia num país que, “além de ser continental, é um País que congrega diferenças culturais, apesar da nossa unidade”.
Dilma também destacou o surgimento de “novas fronteiras digitais”, com a consolidação do jornalismo em tempo real. Para ela, os dois grandes desafios da imprensa hoje são: conjugar a velocidade da informação com a profundidade exigida e a necessidade de se aceitar as críticas dos leitores como parte do processo comunicativo.
Ao fim de seu discurso, a presidente voltou a usar a frase com que defendeu a liberdade de expressão durante a campanha eleitoral de 2010. “No Brasil de hoje, nesse Brasil com uma democracia tão nova, todos nós devemos preferir, um milhão de vezes, os sons das vozes críticas de uma imprensa livre, ao silêncio das ditaduras”, concluiu. (No estadão.com.br)
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