Crônica de Wanda Monteiro:
O tempo foi mudando essa Terra e um belo dia – eu disse belo? (licença poética). Bom. uma certa princesa chamada Izabel teve um raro surto de sanidade mental e decidiu, por livre e espontânea pressão, assinar uma tal lei dando liberdade à genialidade, à sensualidade e ao suingue da cultura negra, bom essa liberdade custou, mas chegou (mas isso já é outra história). O tempo foi passando e as caras e as cores de toda gente dessa Terra mudando...
Foi um tempo de descontentamento e o império, que tinha se instalado nessa Terra sem pedir licença, foi à bancarrota em sentidos inimagináveis e cabeças rolaram... Os republicanos, enfim, venceram pelo cansaço e o que sobrou desse malfadado reino voltou a cruzar os mares.
O tempo foi mudando mais e mais as caras e as cores dessa Terra e.... Deu-se uma pororoca sexual nas veias de toda gente que nessa Terra vivia.. Foi um tal de cruzar os daqui com os de lá, os de lá com os de cá que foram cruzando com os sequestrados de muito lá.. E os filhos desses e daqueles com os dacolá... Foi uma cruzada geral de cores de toda gente e o tempo foi passando..
Eis que, toda essa gente colorida da Terra Brasilis Tupinikin, ignorando, solenemente, as determinações do Alto Clero e os imperiosos motivos de um Rei posto e morto, deram de bradar aos quatro cantos da nação, por meio de um ritual de danças e tambores, que o Carnaval passaria a ser festejado em certo período do ano e teria um novo significado e então decretaram: o “Aval da Carne” e que sob esse pretexto:
Todos! - pelo menos aqueles que assim desejarem – podem:
Beber todas!
Comer todas! – de todas as cores e de preferência as mais suculentas.
Cantar e dançar!
E que a ordem de todas as ordens é : DIVIRTAM-SE!
Tal pai, tal filha... Es maravilhosa, Wanda! Beijos da Marcia
ResponderExcluirA Wanda herdou do seu pai, Benedito, o talento e a sensibilidade para cronicar e poetar maravilhosamente bem. Bravo! O texto é muito legal!
ResponderExcluirComo ximango que sou, sinto orgulho de ver gente de Alenquer escrendo tão bem. Não sei se a escritora é alenquerense, mas o pai dela, o escritor Benedito Monteiro,era. Portanto, a considero minha conterranea. Sds do Lélio Martins - Marambaia-Belém
ResponderExcluirEsta é a Wandinha... gente boa demais. Bela crônica! Um abraço do Fernando Castro = de Belém
ResponderExcluirGratíssima a todos, em especial ao Ercio pelo espaço. Lélio sou Ximanga.. mas como Benedicto.. meu coração é amazônida - Santarém també mora dentro dele.
ResponderExcluirQuerida escritora: Informe onde posso adquirir os livros do seu pai. Tenho alguns, mas quero todos na minha biblioteca. São obras imortais. Sou leitora deste blog que é a cara de Santarém. Madalena Viana Magalhães - santarena, reside em Belo Horizonte.
ResponderExcluirWanda: Belém, Santarém, Alenquer, a Amazônia, te querem bem. FEliz carnaval!
ResponderExcluirMadalena minha cara, os livros de Benedicto acabam de ser reeditados, sob minha produção editorial, pela Editora Amazônia e infelizmente ainda não temos uma distribuição fora do Estado do Pará.
ResponderExcluirMande-me um email que posso pedir a editora que te faça a venda e promova o envio dos exemplares pelo correio.
Mas se quiseres ler mais textos do escritor podes visitar os blogs
www.benedictomonteiro.blogspot.com
www.caleidoscopiodpalavras.blogspot.com