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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Que horror! Feto encontrado em despacho

Um feto do sexo masculino, com aproximadamente seis meses de vida, foi encontrado, na manhã de ontem, num saco de lixo junto a oferendas de umbanda (conhecidas como despacho), ao lado do cemitério Santa Izabel, em Belém. O corpo foi abandonado na última terça-feira (15), no cruzamento da avenida José Bonifácio com a travessa Paes de Souza, acompanhado de vinho e pipoca. Muitos curiosos se aproximavam para ver o feto e ficavam chocados ou revoltados. O Instituto Médico Legal (IML) já está fazendo uma perícia no corpo. Um umbandista, cuja identidade não será revelada, afirmou que esse tipo de oferenda geralmente é um trabalho de magia negra muito pesado, com o objetivo de matar alguém. Ele também acredita que o ocorrido seja apenas um disfarce para esconder um aborto e fazer todos acreditarem que se tratava de umbanda ou bruxaria.

A soldado Cristina Silva, do Corpo de Bombeiros, examinou o feto e estimou que a idade seria de seis ou sete meses, pois a criança já tinha cabelo, além de pés e mãos formados. Ela disse que estava retornando ao quartel quando a viatura na qual estava foi chamada por pessoas que estavam no local onde o corpo estava. "Somente a perícia do IML poderá dar mais detalhes. Mas trata-se de um bebê do sexo masculino. Não encontramos nenhum resto de placenta. Somente sangue", comentou.

O mototaxista Júnior Ferreira, de 35 anos, trabalha num ponto em frente à Caixa Econômica Federal, próximo ao cemitério Santa Izabel. Ele relata que o saco onde o feto estava foi deixado, junto com vinho e pipoca, na terça-feira passada. O mototaxista e outros colegas do local pensaram ser "apenas mais um despacho de umbanda", mas, na quarta-feira (16), o saco estava exalando um mau cheiro muito forte, o que levantou suspeitas.

Algumas mães ficaram chocadas ao ver a cena. Muitas choraram. Uma delas foi a cabeleireira Natali Dias, de 27 anos, grávida de seis meses. Ela estava na Caixa Econômica quando viu a movimentação ao lado do cemitério e quis saber o que era. Quando descobriu, não conseguiu se conter, pois o feto tinha a mesma idade que o filho dela. "Isso é desumano. Não dá para acreditar que uma pessoa faça isso. Não é mãe. Por mais que fosse um aborto espontâneo, merecia ser tratado ou enterrado e não jogado na rua. Conheço quem queria um filho e não consegue ter", disse, com lágrimas nos olhos.

O feto foi removido ainda pela manhã pelo IML. Ninguém apareceu para reclamar o corpo ou se identificar como parente. O cadáver do menino passará por uma necropsia hoje, com um médico histopatologista terceirizado pelo Centro de Perícia Científicas Renato Chaves, num laboratório também terceirizado. O laudo do serviço de verificação de óbito (SVO) com a causa da morte será entregue em até 15 dias, com possível prorrogação de mais 15 dias. Depois, o corpo será sepultado. (No Amazônia)

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