Amigos e parentes deram adeus ao advogado e professor Clovis Cunha da Gama Malcher, que morreu ontem (13), aos 94 anos, por falência múltipla dos órgãos, após um enfisema pulmonar. Seu corpo foi velado na câmara mortuária do Recanto da Saudade e o sepultamento ocorreu no final da tarde no cemitério da necrópole. Algumas horas antes, missa foi celebrada na câmara mortuária em sua homenagem.
Muitos presentes no velório falavam sobre Clovis, sobre a forma como ele enfrentou, em determinados momentos, a ditadura militar e deu apoio às atividades de pessoas que lutavam pela liberdade na Universidade Federal do Pará (UFPA) entre os anos de 1973 e 1977, quando foi reitor da universidade. "A perda instuitucional é muito grande. Ele foi reitor em um período em que a universidade vivia momentos difíceis e de repressão, e Clovis sempre foi um homem comprometido com a liberdade. Isso por si só já demonstra o tipo de caráter e pessoa que representava ser. Além de tudo, foi um homem comprometido com a universidade, seguiu mais que sua atividade como advogado ao ser professor da UFPA, deixando um grande legado, fazendo com que toda sua trajetória na instituição seja plena de várias virtudes. Certamente perdemos alguém que contribuiu muito para a consolidação da UFPA. Creio que seu legado deve ser apreciado, cultuado, e a lembrança de tudo que ele deixa para nós é muito fértil, cheia de exemplos extraordinários para todos", disse, emocionado, o reitor da UFPA, professor Carlos Maneschy.
Clovis Cunha da Gama Malcher notabilizou-se como advogado militante em Belém, foi professor de Direito Comercial da Faculdade de Direito da UFPA, consultor geral do município de Belém, secretário de Estado de Interior e Justiça e reitor da UFPA. Só se aposentou aos 90 anos, mas continuou sendo consultor da Gama Malcher Advocacia, criada por seu pai, José Carneiro da Gama Malcher, um dos primeiros advogados do Pará. (No Amazônia)
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