O vendedor ambulante Adilson Teixeira Anjo, 37 anos, pai de dois filhos, morador do Curuçambá, em Ananindeua, encontrava-se em período pós-operatório de transplante de rim no Hospital Ofir Loyola (HOL), em companhia da mulher, Eliana Freitas Costa Anjo, mas conseguiu escapar e chegou a um quarto em reforma e pulou do quarto andar do prédio na avenida Magalhães Barata. Adilson ainda foi levado por servidores do hospital até o bloco cirúrgico, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A direção do Ofir Loyola expediu nota sobre a morte de Adilson em que afirma tratar-se de uma queda do paciente, que dava sinais de ansiedade. O HOL pediu apuração do caso à polícia e inquérito foi aberto ontem pela delegada Maria Lúcia Santos, na Seccional Urbana de São Brás, onde familiares de Adilson registraram a ocorrência. Assessores jurídicos do HOL compareceram, logo depois do fato, na seccional, e dois investigadores dirigiram-se até o hospital para levantar informações, disse a delegada Maria Lúcia.
Familiares dele mostram-se surpresos e revoltados com tudo o que ocorreu. Uma pessoa da família que não quis se identificar ressaltou: 'O sentimento na família é de revolta, porque ele aguardou tanto tempo para conseguir esse transplante. Ele estava tendo alucinações, a família pediu apoio psicológico e não foi dado. Ainda uma hora antes de tudo acontecer, ele pediu um calmante, porque disse para a mulher dele que estava tendo uma síndrome de pânico e queria dormir. A mulher dele pediu o medicamento às enfermeiras, mas a resposta era de que somente à noite seria dado'.
Segundo a esposa, após o transplante, o paciente começou a ficar agitado, e como se sentia mal pedia calmante para conseguir dormir. Na noite da data da cirurgia, Adilson chegou a correr para uma janela no hospital, mas foi impedido por ela de se jogar. Ontem, por volta das 14h30, como relatou Eliana, o paciente saiu do apartamento onde estava internado, pedindo para a esposa apanhar uma máscara para ele. Adilson sumiu do campo de visão da mulher, e se jogou. Mauro Fernandes, 36 anos, primo do paciente, contou que Adilson era uma pessoa alegre, torcedor fanático do Clube do Remo, e há seis anos fazia hemodiálise, e que quando ele quis se matar pela primeira vez, foi transferido para um quarto sem janelas. No começo da noite, o corpo de Adilson foi levado para o CPC Renato Chaves, e somente será liberado hoje.
A nota divulgada ontem pelo hospital esclarecia que há oito dias, em caráter de urgência, o paciente havia sido submetido a um transplante renal. O quadro clínico evoluía positivamente. No entanto, ele dava sinais de ansiedade. Informamos que o paciente era acompanhado pela equipe de transplantes do HOL, por psicólogos e assistentes sociais, além de ser acompanhado regularmente pela família. (No Amazônia)
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