A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados aprovou, na manhã desta quarta-feira, a convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, para prestar esclarecimentos a respeito de seu enriquecimento como consultor. A aprovação foi possível graças a uma manobra da oposição, que aproveitou uma distração dos governistas.
O requerimento, de autoria do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RJ), foi destacado pelo presidente da comissão, deputado Lira Maia (DEM-PA). Após discursos inflamados de ambas as partes – defensores e opositores de Palocci -, Maia iniciou a votação. O comando, porém, foi feito como um drible aos governistas.
O presidente da comissão solicitou que quem fosse a favor da convocação permanecesse em silêncio. Geralmente, esse comando é dado à provável maioria, que no caso seria a base do governo. Sem contar individualmente quantos braços se levantaram contra a convocação, o presidente proclamou o resultado: Palocci será convocado.
A decisão provocou a revolta de governistas, que pediram novo pleito. “A oposição quer fazer um debate político que não interessa à sociedade”, argumentou o deputado Odair Cunha (PT). Maia explicou, no entanto, que, segundo o regimento interno, a votação não pode ser nominal e é válida a contagem simbólica.
O líder do DEM na Câmara, ACM Neto(BA), justificou que o presidente tem a prerrogativa de contar os votos apenas visualmente. “Cabe a ele observar o comportamento do plenário e declarar o resultado da votação. Isso acontece em plenário todo dia”, comentou o líder.
A reunião foi suspensa por mais de uma hora, para que os líderes discutissem o impasse. Ao final, Lira Maia retomou a sessão e deu os trabalhos por encerrados. Ou seja: a convocação continua de pé. Com isso, Palocci fica obrigado a comparecer. A data do depoimento poderá ser escolhida pelo próprio ministro. (Fonte: VEJA Online)
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