A intensa movimentação nos bastidores do Remo, com a eliminação do clube no Campeonato Paraense e a tentativa de conquistar no 'tapetão' o que foi perdido nos gramados - a diretoria azulina aguarda decisão da Justiça Desportiva sobre o 'caso Edílson Belém' -, reacendeu as divergências entre os principais líderes do Leão Azul. Ontem, o vice-presidente de futebol do Remo, Raphael Levy, classificou como 'ingratas' as declarações do vice-presidente jurídico do clube, Ronaldo Passarinho, concedidas em entrevista a uma emissora de rádio de Belém.
Em entrevista por telefone, Passarinho revelou não ter sido consultado pelo Departamento de Futebol sobre as contratações de jogadores para a disputa do Parazão e muito menos sobre as rescisões que deverão ser feitos a partir de agora. Responsável pela defesa do clube na Justiça do Trabalho, na qual vem negociando saídas 'amigáveis' em vários processos, o advogado revelou preocupação com a possibilidade de que novos débitos trabalhistas sejam gerados pelo que considerou uma irresponsabilidade de quem administra o futebol remista.
'Fiquei sabendo através da imprensa que o Marlon rescindiu contrato e já está no Vila Nova-GO. Mas até o momento não sei como feito o seu distrato, que documentos ele assinou ou se foi dado baixa na sua carteira de trabalho. Essas são coisas que deveriam ser feitas sob a supervisão do Jurídico do clube. Mas, infelizmente, não é isso que está acontecendo aqui no Remo', desabafou. 'Pensei que fossemos trabalhar em harmonia nesta nova diretoria, mas parece que eu me enganei', arrematou.
Apesar de dizer que não quer 'alimentar brigas através da imprensa' e que respeita o trabalho feito por Passarinho no setor jurídico, Raphael Levy rebateu o discurso do companheiro de diretoria e aproveitou para alfinetá-lo. 'O Ronaldo está sendo, no mínimo, ingrato com o Departamento de Futebol. O que nós fazemos é não passar problemas para ele e sim soluções', disse ao lembrar o fato de que é o futebol a maior fonte de renda do clube. 'Ele precisa se lembrar que somos nós, do Futebol, que repassamos o dinheiro para que ele possa negociar estes acordos que estão sendo feitos na Justiça do Trabalho'. Segundo Levy, Passarinho 'está sendo ingrato porque não está reconhecendo tudo que nós temos feito paraa ajudá-lo'.
Conforme o vice de futebol, a intenção do grupo que assumiu a direção do clube no início do ano era tornar o futebol do clube na 'tábua de salvação' do Remo. No entanto, com o insucesso do time no Parazão esta ideia caiu por terra. 'Quero ver agora, que o Remo está fora das finais do campeonato estadual e da Série D, de onde ele (Passarinho) vai tirar dinheiro para pagar os acordos que fez na Justiça', cutucou Levy.
Às vésperas da partida de ida entre Independente e Cametá, pela decisão do segundo turno do Parazão 2011, os dois finalistas estão praticamente prontos e escalados para o duelo. Mas a decisão de quais times vão de fato disputar o título da Taça Estado do Pará ainda não está definida. A acusação de que o Independente teria escalado um jogador irregular durante a competição - o zagueiro Edílson Belém -, pode excluir o Galo Elétrico e tirar o Remo da 'férias forçadas'.
O vice-presidente de futebol do Remo, Raphael Levy, apega-se ao argumento de que o atleta acusado teria disputado o jogo de volta das semifinais do returno - vencida pelo Independente por 2 a 0 - de forma irregular e, portanto, o resultado do jogo deveria ser impugnado e o clube de Tucuruí punido com a perda dos três pontos. Desta forma, o Remo seria reconduzido à competição e disputaria a final do returno contra o Cametá.
'Nós (dirigentes do Remo) fizemos o que era para ser feito. Recebemos a informação de que o Edílson Belém estaria irregular e fomos atrás das provas. E a partir do momento que comprovamos esta irregularidade na sua documentação, inclusive com a ajuda da Polícia Civil, nós entramos com o recurso no TJD. Agora, estamos esperando a decisão do Tribunal. E seja ela qual for, o Remo vai até o final para provar a irregularidade do jogador', declarou Levy.
Quando questionado sobre as chances do Independente ser punido com a perda dos pontos da partida em questão, o cartola remista foi evasivo. 'Eu até acredito que o Independente não sabia da irregularidade, mas não posso afirmar isso. Quem vai decidir é a Justiça. Mas de uma coisa o Remo tem certeza, o atleta está irregular', afirmou. (No Amazônia)
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