O auditor presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Pará, Antonio de Barra Brito, daria um parecer sobre o pedido de suspensão do Campeonato Paraense, feito pelo Remo, na última sexta-feira, por causa da situação de Edilson Belém. O parecer não saiu, e os remistas viram ontem o Independente dar o primeiro passo rumo à final contra o Paysandu. Antes do início da partida, porém, Brito reapareceu e, em uma entrevista a uma rádio, afirmou que já tem pronto o despacho com sua decisão, que hoje será comunicada às partes interessadas. Para o vice-presidente de futebol do Remo, Raphael Levy, hoje é dia de boas notícias. "Se está tudo bem, porque o jogador não esteve na final?", questiona.
Segundo o vice-presidente do clube, Raphael Levy, ontem Barros deu uma entrevista afirmando que já tem pronto o parecer sobre o caso, documento que deve ser divulgado hoje, assim que as partes tiverem ciência do conteúdo. "Ele não poderia divulgar antes, já que isso poderia ferir o trâmite legal do processo", disse Levy, que acredita em um desfecho positivo para o Remo no caso.
A confiança de Levy cresceu após o mandatário analisar o comportamento do Independente após a denúncia. E é a partir de um questionamento que ele sustenta sua tese. "A pergunta que me faço é a seguinte: se o jogador (Edilson Belém) está legal, porque não está jogando hoje (ontem) em Cametá? Porque ele não foi relacionado para ficar sequer no banco de reservas, já que não há irregularidades?", pergunta, retoricamente, ressaltando que Edilson jogou bem contra o Remo nas duas partidas e é peça importante do time.
O dirigente aproveitou para mostrar o recurso do "Tapetão" sob duas óticas distintas. Segundo Levy, ele próprio não é um adepto da virada de mesa, e considera que, obviamente, o ideal seria o Remo ter conquistado sua vaga em campo. Porém, defende que o clube, se encontrou uma irregularidade, não pode ficar parado vendo o ano acabar precocemente. "Se ficássemos de braços cruzados a torcida teria razão de nos chamar de irresponsáveis. Como torcedor, eu também sou contra o tapetão, mas como dirigente, não posso deixar uma ilegalidade prevalecer", disse. O Remo estuda ainda junto à CBF a viabilidade de disputar a Série D como time convidado.
Porém, não é só do lado azulino que a confiança em um desfecho positivo é grande. Segundo o advogado do Independente no caso, André Cavalcante, o clube nem ao menos foi intimado pelo TJD. Cavalcante diz ainda que na ação movida pelo Clube do Remo, não consta assinatura de um advogado e sim a do presidente do clube, Sérgio Cabeça, além de o Galo não ser citado no documento. Os erros normativos podem significar a ineptidão da petição azulina e refletem a falta de sintonia entre os departamentos jurídico e de futebol, remetendo à crise escancarada na semana passada com troca de farpas entre Ronaldo Passarinho, diretor jurídico, e Raphael Levy, vice-presidente de futebol. (No Amazônia)
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