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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Arcebispo critica a migração

O arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira, disse ontem, em Castanhal, durante a abertura da reunião anual do Conselho Cor Unum, braço da Igreja Católica responsável pela Fundação Populorum Progressio, responsável pela assistência a povos indígenas, comunidades mestiças e afro-americanas, que um dos grandes desafios que a capital paraense enfrenta hoje é conter a chegada diária de centenas de pessoas que vêm do interior e de outros Estados, como o Maranhão, em busca de uma vida melhor, de trabalho e de educação. "Quanto mais ajudarmos essas pessoas a permanecerem nas suas localidades de origem, mais vantagens elas terão. Mas para isso é necessário que o interior receba cada vez mais estrutura para que a população permaneça onde está", afirmou.

Lembrando que ainda existem muitas necessidades no Estado, no que diz respeito à agricultura e a questões ligadas à ecologia e à construção de centros comunitários ou de salões multiuso para as comunidades pequenas, dom Taveira explicou que, a partir dos pequenos projetos, de no máximo US$ 15 mil, a Fundação Populorum Progressio vai destinar às comunidades de 19 países latino-americanos, sete deles para municípios paraenses, o estímulo para que elas mesmas encontrem seus caminhos e possam se manter nas suas terras. "Sem ter a pretensão de fazer tudo, mas esses projetos são um estímulo", destacou o arcebispo, que é membro do Conselho de Administração do Cor Unum.

O presidente do Conselho Cor Unum (Um só coração), cardeal Robert Sarah, lembrou, durante a abertura dos trabalhos, na manhã de ontem, que esses projetos seriam o primeiro passo para a organização dessas comunidades pobres. "E já constatamos que os resultados têm sido sempre positivos nas populações ribeirinhas beneficiadas que vivem em algumas das 38 ilhas que fazem parte da Diocese de Belém, onde foram feitas obras de abastecimento de água e sanitários ecológicos", informou dom Taveira. "Queremos alcançar toda a população ribeirinha com o nosso trabalho e ajudar as autoridades do Estado e dos municípios a se envolverem nessas soluções simples que estamos propondo. Temos certeza de que os resultados serão ainda mais positivos", acrescentou.

Na reunião, foram apresentados 216 projetos de apoio a comunidades de 19 países, que devem contar com um financiamento de quase US$ 3 milhões providos por 19 países-membros. (No Amazônia)

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