A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que apura o tráfico nacional e internacional de pessoas realiza audiência pública em Belém, hoje. A CPI vem apurar as denúncias de que o Estado serve de rota para o tráfico com destino à Guiana Francesa e ao Suriname e de lá para a Europa. A relatora da CPI, senadora Marinor Brito (PSOL-PA), reuniu jornalistas paraenses, no último sábado (20), para explicar sobre o trabalho da comissão e a natureza desse crime. A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA), Sheila Faro, anunciou que a entidade vai abrir uma campanha de incentivo para a categoria estimular as denúncias junto à população, além de abrir um link, em seu site, para esclarecer sobre o tráfico de pessoas e coletar denúncias.
A CPI vai se reunir às 14h30, no auditório do Tribunal Regional do Trabalho (8ª Região). Participarão do evento o governador do Estado, Simão Jatene, o presidente do TRT, José Alencar; o procurador geral da Justiça, Aldir Viana; o procurador da República, Alan Rogério Mansur Silva; o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Norte II, dom Jesus Maria Cizaurre Berdonces; e representantes de entidades.
A comissão já está trabalhando na capital paraense com a Assembleia Legislativa, Ministério Público Federal e Polícia Federal (PF), que detém informações sobre o tráfico humano no Pará. Segundo a presidente da CPI, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a comissão vai trabalhar com o mapeamento da rede do tráfico que passa pelo aliciador, agenciador de transporte, agências de viagem, taxistas do Suriname, acompanhantes de mulheres, clientes e donos de clubes que sustentam a rede.
De acordo com Marinor, que requereu a diligência no Pará, a região Norte do País é uma das maiores "fornecedoras" e "demandadoras" do tráfico humano. "Precisamos mobilizar a sociedade e exigir que o governo zele pela segurança do povo, principalmente da população pobre que é a principal vítima deste crime", argumentou.
Sinjor- "É função social dos jornalistas a luta pelos direitos humanos. Conte com a gente nessa luta", disse Sheila a Marinor Brito, diante da constatação da senadora sobre a ausência de entidades que atuem contra o tráfico humano em Belém. A presidente sindical também afirmou que vai levar a proposta da campanha para a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), na expectativa de convencer a instituição a também abraçar a luta contra o tráfico humano em todo o País. "A proposta é que o sindicato passe a recolher denúncias para os órgãos competentes. Vamos colocar o link no site explicando o que é e como funciona o tráfico humano. A ideia é também orientar os jornalistas a como tratar do tema, possivelmente por meio de um curso que ainda será formulado", detalhou Sheila. (No Amazônia)
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