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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Homenagens à desembargadora Albanira Bemerguy

O Pleno do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) prestou homenagens, na sessão da manhã desta quarta-feira, 24, à desembargadora Albanira Bemerguy, que se despede do exercício da Magistratura em decorrência de aposentadoria.

A desembargadora Luzia Nadja Nascimento foi encarregada de fazer o discurso de homenagem em nome da Corte. Na ocasião, a magistrada ressaltou a contribuição da desembargadora Albanira não só para o engrandecimento do Tribunal de Justiça, mas também para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), do qual foi presidente (Biênio 2003/2005). “Como deixar de registrar o projeto denominado ‘Voto consciente – o futuro em suas mãos’, desenvolvido pela desembargadora Albanira quando presidente do TRE, motivando o interesse pelo exercício do voto”.

A magistrada também destacou os feitos da desembargadora, que encerra sua carreira após 46 anos militância na profissão, durante sua gestão na presidência do TJPA (Biênio 2007/2008). A magistrada destacou as ações que promoveram a valorização dos recursos humanos a partir de programas de qualificação, assim como os avanços do Judiciário na área de tecnologia de informação.

Por último, lembrou que a magistrada leva uma vida plena como um todo, agradecendo as suas contribuições. “Este não é um ato de despedida, mas de agradecimento. Obrigada por ter corrido o risco da vida pública e pela trajetória dedicada à Magistratura”.

O procurador de Justiça Claudio Melo, em nome do Ministério Público, também se manifestou durante a sessão. O procurador falou sobre sua admiração e respeito “pela juíza que sempre foi” e pela sua atuação “lutadora e aguerrida perante este Tribunal”. No final, ele disse que lamentava a saída da magistrada, desejando felicidades.

Em seu discurso de agradecimento, a desembargadora Albanira Bemerguy agradeceu a Deus, a família, aos colegas e servidores lhe deram apoio durante sua jornada. Agradeceu a confiança que lhe foi depositada, lembrando também de sua avó, a quem creditou os ensinamentos edificantes que recebeu durante a vida.

A magistrada também se lembrou de sua longa trajetória que começou no Termo Judiciário de Barcarena, onde teve que mandar construir uma casa de madeira para morar, até a sua ascensão ao palácio da Justiça. “Foi longa e penosa a minha peregrinação, além da responsabilidade da judicatura em prol da realização de um ideal, sempre buscava a conciliação entre a concretização desse ideal, com a harmonia, segurança e bem estar da minha família”.

A desembargadora concluiu seu discurso com uma mensagem. “o progresso do ser humano está no desafio das conquistas. O futuro talvez seja eterno e o conhecimento com certeza é infinito”.

Em seguida, a desembargadora recebeu uma placa de reconhecimento, das mãos da vice-presidente do TJPA, desembargadora Eliana Abufaiad; e um buquê de flores da corregedora das Comarcas do Interior, desembargadora Dahil Paraense. A magistrada também foi homenageada com flores pelos servidores do Tribunal e com uma canção, interpretada pelo assessor especial da presidência Francisco Campos. (No site do TJE-PA)

Confira abaixo os discursos na íntegra:

Da desembargadora Luzia Nadja Nascimento:

Agradeço a oportunidade de ser porta voz deste colegiado na homenagem prestada a Desa. Albanira Lobato Bemerguy, que sempre pautou as atividades exercidas neste Poder Judiciário na ética, coragem, sensibilidade, dinamismo e senso de justiça, inerentes a sua personalidade, sem esquecer em cada etapa de sua vida de agradecer a Deus pelas oportunidades concedidas.

Desa. Albanira, ao ler sua trajetória de vida me surpreendi com o fato de sermos ex. Rosas Gatornos, estudamos no colégio Santa Rosa, marco provável para o fortalecimento de sua devoção a Nossa Senhora de Nazaré.

Não será possível identificar todas as realizações da Desa. Albanira, mas tenha certeza Desembargadora, que cada concretização de meta traçada por Vossa Excelência teve reflexo no aprimoramento do Sistema de Justiça.

Como sabemos, em Santarém, primeira Comarca a exercer como Juíza de direito, em uma época que para uma mulher ser magistrada exigia grande devoção diante dos desafios físico e operacionais, conheceu seu companheiro Ercio, pessoa que por sua postura distinta merece de todos um carinho especial e, um agradecimento por ter aceitado sua mulher se ausentar muitas vezes no cumprimento de tarefas exercidas com dedicação sempre peculiar. Agradecimentos extensivos também aos filhos Cristine, Ellen, Ercio e Elaine.

Previsivelmente, pela visão gestora e futurista, a Desa. Albanira contribuiu com seu desempenho para o engrandecimento não só da justiça estadual, como também da justiça eleitoral.

Como deixar de registrar o projeto denominado – voto consciente – o futuro em suas mãos – desenvolvido pela Desa. Albanira quando Presidente do TRE, motivando o interesse pelo exercício do voto.

Como presidente deste Poder Judiciário, destacamos, além das obras e serviços retratadas em seu relatório de gestão 2007-2009, o exemplo em acreditar que o incentivo e investimento ao uso da tecnologia da informação como ferramenta, não do futuro, mas do presente, pode disponibilizar a integração, a acessibilidade e transparência em um Estado com a extensão territorial como o nosso.

Ainda, evidenciamos, a visão de conduzir uma gestão de pessoas voltadas para valorização da potencialidade funcional, sem esquecer das deficiências de recursos humanos nas Comarcas do Interior do Estado.

Importante, também, ressaltar o incentivo constante de Vossa Excelência a programas de qualificação e inclusão social.

Desa. Albanira, Vossa Excelência deixa para todos, em especial para o Eric e Ellen Cristiane, seguidora dos passos da mãe, a homenagem de que o Magistrado deve ter dignidade e não intimidação diante da diversidade.

A vida pessoal e funcional de Vossa Excelência pode ser comparada à figura poética do Vate Amazônico: “A tua vida é como gigantesco rio, maior na vazante, pois preenchendo todos os igarapés e furos deságua em plenitude no oceano”.

Assim, tem sido a vida de Bemerguy, plena como um todo, e profícua na semeadura da grandiosa obra da justiça, chegando ao final da carreira olhando para nós seus colegas e, todos os paraenses, afirmando como apostolo São Paulo: combati o bom combate, lutei pela vida, guardei a fé, portanto, mereço a coroa dos justos.

Permita-me encerrar com a advertência de Shakespeare exposta por Vossa Excelência no discurso de posse do TRE “senão queres ser vitima de calunia, não digas nada, não faças nada, sejas absolutamente nada”.

Este não é um ato de despedida, mas de agradecimento. Obrigada Desa. Albanira por ter corrido risco da vida pública e pela trajetória dedicada a Magistratura.

Já estamos com saudade da convivência com Vossa Excelência. Deus sempre esteja, como sempre esteve, atento a sua vida.
Obrigada!

Discurso de despedida proferido pela Desembargadora Albanira Bemerguy

A proximidade do mês de setembro conduziu-me à inúmeras reflexões como um ligeiro balanço de um ciclo da minha vida, isto através de um vôo panorâmico entre o presente, o passado e o futuro.

Detive-me a analisar como ocorre o processamento do tempo, e cheguei até aos questionamentos de Santo Agostinho contidos na sua obra filosófica “Confissões”, em que ele assim se manifesta:

“Quem se atreve a negar que o futuro ainda não existe? No entanto, já existe no espírito a expectativa do futuro. – Quem pode negar que o passado não mais existe? Contudo, existe ainda no espírito a lembrança do passado. – E quem nega que o presente carece de extensão uma vez que passa em um instante? No entanto, perdura a atenção diante da qual continua a retirar-se o que era presente. – Portanto, não é o tempo futuro que é longo, pois não existe, mas o longo futuro é a longa espera do futuro. – Também não é longo o tempo passado inexistente, mas o longo passado é a longa recordação do passado”.

Foi longa e penosa a minha peregrinação, além da responsabilidade da judicatura em prol da realização de um ideal, sempre buscava a conciliação entre a concretização desse ideal, com a harmonia, segurança e bem estar da minha família.

Graças à confiança em Deus e nos dignificantes exemplos de minha saudosa avó paterna, Maria Lobato, que sempre inspirada na sabedoria e no sublime sacrifício de outra Maria ao pé da cruz, conduzia com muita habilidade a integridade de sua família, aqui cheguei.

Hoje, posso usufruir de compensações e certeza da vitória, vendo os tranqüilos e felizes semblantes das minhas netinhas queridas – Giovanna, Maytê e Lívia – e do meu adorado netinho Igor.

Percorrendo a longa recordação do passado, cumpre-me hoje apenas agradecer, a Deus, pela minha vida, saúde, inteligência e proteção; a minha família, em especial ao Ercio, aos nossos pais, aos nossos filhos e a todos quantos participaram desta minha caminhada por cerca de cinco (5) décadas, desde a humilde casinha de madeira que mandei construir para que eu pudesse residir e trabalhar à época, no termo judiciário de Barcarena, até este palácio, símbolo do judiciário paraense, edificado graças a pertinácia, competência e dedicação do ilustre colega e amigo, desembargador Milton Nobre.

Agradeço a nossa estimada presidente, desembargadora Raimunda do Carmo Gomes Noronha, a quem muito admiro pelos exemplos de simplicidade e desprendimento.

A minha sincera gratidão se estende a Desª Nadja Nascimento e ao Dr. Cláudio Melo pelas generosas considerações, além da emocionante interpretação musical do Dr. Francisco Campos da “Ave Maria” e aos queridos colegas integrantes desta Egrégia Corte, aos juízes, aos secretários, assessores e servidores em geral. A coordenadoria militar, setor médico, assessoria de imprensa e cerimonial.

Sou infinitamente grata aos membros das instituições parceiras como Ministério Público, Defensoria Pública e a Ordem dos Advogados do Brasil, com a devida vênia, faço especial referência à doutora Ângela Sales, que tão bem soube preservar sua instituição e a memória de seu pai e meu inesquecível mestre doutor Egidio Machado Sales.

Com carinho especial destaco minha gratidão à equipe de assessores que atuou no curso do expediente a meu cargo, com extremada competência, lealdade e solidariedade no zelo pela instituição. Em breve parêntese, menciono o César, a Cristina, a Camila, a Tatiana, a Márcia, o João Ronaldo e o Pedro. Além do diligente motorista, João Pires.

Lembrem sempre: o progresso do ser humano está no desafio das conquistas. O futuro talvez seja eterno e o conhecimento com certeza é infinito.

Finalmente, expresso a todos os presentes o meu carinho e incentivo através da poesia denominada “Caminho Certo”, da estimada amiga, doutora Lucy Goraieb Mourão, em sua obra “Momentos”:

- MEU CAMINHO É UMA BUSCA INCESSANTE DA LIBERDADE.
- MINHA VIDA É UMA PROCURA SEM FIM PELA VERDADE.
- EM SILÊNCIO E SEM ALARDE, GALGO CADA DEGRAU, DOMINO CADA CONQUISTA EM BUSCA DO MEU IDEAL.
- MEU HORIZONTE AINDA ESTÁ DISTANTE...
MINHA META PARECE QUASE INACESSÍVEL.
- JÁ VIVI MUITO E LUTEI PARA ALCANÇAR MEU SONHO. NOS ALTOS E BAIXOS DA VIDA SOFRI..., PENEI..., MAS CONQUISTEI UMA CONSCIÊNCIA TRANQUILA E A CERTEZA DE QUE NÃO DESVIEI DA ROTA QUE ME PROPUS TRILHAR NA VIDA.
Deus e Nossa Senhora de Nazaré abençoem a todos. Muito obrigada.

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