Os médicos da Sociedade Paraense de Neurocirurgia se reuniram na manhã de ontem com o prefeito de Belém, Duciomar Costa, e a secretária Municipal de Saúde, Sylvia Santos, para debater a melhoria da infraestrutura de atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de 16 profissionais, prestadores de serviços da Secretaria, estão insatisfeitos com as condições que têm para realizar as operações e ameaçam se descredenciar da rede pública de saúde.
Pelo menos até a próxima sexta-feira, 12, quando os médicos especialistas se reunirão novamente com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), as cirurgias de cérebro estão suspensas em dois hospitais privados conveniados ao SUS em Belém. A cada semana de procedimentos cirúrgicos interrompidos, cerca de 10 operações deixam de ser feitas em cada estabelecimento de saúde.
Segundo o presidente da Sociedade Paraense de Neurocirurgia, José Cláudio Monteiro, a reivindicação dos médicos não foi a mesma dos traumatologistas e ortopedistas, que conseguiram aumentar na última quinta-feira em 200% o valor recebido por cirurgia. Os neurocirurgiões reclamaram a compra de material para a realização de cirurgias de aneurisma, traumatismo craniano e de coluna. "As cirurgias pararam por falta de material. Acertamos com a Sesma protocolar novamente um documento, que deve ser finalizado na próxima segunda-feira, com as sugestões para tornar o processo de compra mais simples e que as cirurgias possam ser feitas com o mínimo de risco de morte para os pacientes. Estamos otimistas que o problema será resolvido", destacou José Cláudio.
Além da compra de material, os médicos reivindicaram também o recebimento do valor integral por cada procedimento cirúrgico realizado, sem desconto de tributação. "Como o pagamento é feito diretamente ao hospital e não ao prestador de serviço, é descontado um percentual expressivo que faz cair pela metade o valor recebido por cirurgia. O mesmo problema afeta os fornecedores, que deixaram de enviar os materiais porque a burocracia envolvida no processo de pagamento impede que eles recebam as quantias devidas", reforça o neurocirurgião Albedy Bastos, do hospital Beneficente Portuguesa, que junto ao Hospital da Ordem 3ª, as cirurgias neurológicas via SUS vão continuar interrompidas. (No Amazônia)
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