O cirurgião plástico Alexandre Valente Calandrini de Azevedo foi absolvido no processo administrativo disciplinar instaurado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) para apurar a responsabilidade pela morte de Roberta Pires Teixeira. O julgamento foi feito na segunda-feira à noite. A notícia foi recebida pela família e pelos amigos de Roberta com tristeza e revolta.
Roberta morreu em 2006, aos 25 anos, após uma cirurgia plástica reparadora.
"Nós [familiares e amigos] não estamos aceitando o resultado deste julgamento, pois sabemos de casos de médicos que possuem poucos processos no CRM e foram condenados. A situação é diferente do dr. Alexandre Calandrini de Azevedo, condenado em janeiro de 2011 pela morte da paciente Silvia Micelli. Acreditamos que o CRM está agindo de acordo com o prestígio e o poder aquisitivo do médico", disse, desolada, a mãe de Roberta, Inês Pires Teixeira.
Segundo Inês, que é presidente da Associação Paraense contra Erro Médico (Aspacem), o médico foi absolvido por 15 votos a seis.
"Ficamos a noite inteira em frente ao CRM esperando o resultado. Estávamos esperando justiça, mas ela não veio. Agora é esperar o processo que tramita na Justiça contra ele e contra outros médicos que foram denunciados pelo Ministério Público Estadual", afirmou.
A mãe de Roberta afirmou ainda que a família vai recorrer da decisão.
"É inadmissível que um médico cometa todas as barbaridades nos seus atos e condutas em relação a uma paciente e, em consequência desses atos, a paciente vem a falecer e depois o médico é absolvido por um órgão que foi criado para disciplinar a conduta médica e fiscalizar seus atos. O CRM serve para proteger a população desses irresponsáveis e inconsequentes profissionais. Mas, ao invés disso, protege esses profissionais de acordo com o grau de influência que eles exercem dentro do conselho", comentou Inês.
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