Estão nas mãos do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, duas decisões cruciais para a política -com impactos que superam temas mais usuais no noticiário, como as eleições municipais e a criação do PSD.
A primeira delas diz respeito ao mensalão. Barbosa recebeu as alegações dos advogados de defesa e hoje começa a definir o texto que pautará o julgamento dos 38 réus.
Os acusados do esquema de desvio de verba pública para a compra de apoio parlamentar não estão sós na agonia. Uma condenação em série acarretará prejuízos de imagem também ao PT e ao próprio Lula.
Não à toa, pipocam tentativas de desqualificar o ministro, considerado o mais imprevisível - e, portanto, independente - do tribunal.
Questionam seu comparecimento irregular ao plenário. Sugerem sua aposentadoria para tratar a saúde. Põem em dúvida sua isenção, porque deu declarações indignadas sobre a rede de corrupção. Isso sem falar nas manobras para empastelar de vez o julgamento.
Após tentar a desconstrução técnica da denúncia -sem sucesso, pois a PF foi precisa e inclemente -, o ex-ministro lulista Márcio Thomaz Bastos atua para desmembrar o inquérito: a ideia é atrasar/pulverizar sentenças e evitar manchete bombástica sobre o mensalão. (Folha de S.Paulo)
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