Luta pela sobrevivência da CAPAF é necessária, dizem Roberto e Sidou

De José Roberto Duarte, para Francisco Sidou:

"Não gostaria de iniciar uma polêmica com o nobre amigo, principalmente sobre o tema em questão, que acredito ser o mais significativo de nossas vidas e da vida de nossas famílias: A MANUTENÇÃO E SOBREVIVÊNCIA DO BASA E DA CAPAF. Você sabe melhor do eu que existem pessoas plantando a cizânia entre os aposentados e pensionistas que defendem dignidade, respeito, consideração e atendimento aos preceitos constitucionais de um estado democrático de direito, onde imperam as leis e o direito adquirido. Você também sabe que tais pessoas visam tão somente obter vantagens pessoais de tudo quanto é espécie, mesmo em detrimento de toda a comunidade bancreveana. São os covardes anônimos, os sabujos João Almeida, os aproveitadores Gastand Agaita, os crápulas Amíntore Fanfani, aí incluídos os seguidores dessas pessoas, tanto da ativa como aposentados.

Um exemplo mais esclarecedor dessa sórdida campanha é configurado pela luta recente em desfavor da implantação dos famigerados planos saldados de previdência complementar, capitaneados pelo BASA e pela CAPAF, onde era evidente o propósito de colocar em rota de colisão colegas que ousavam expressar suas posições contrárias a tais planos, muitos até desnudando armações e armadilhas escondidas sub-repticiamente. Em várias oportunidades declinei de participar de alguns debates, apesar de concordar com a ideia central, pois identificava o propósito da cizânia, de modo solerte. Não gostaria ficar na defesa de minhas posições, mui especialmente contrapondo seus argumentos, pois é isso que os golpistas estão querendo e certamente não iriam perder a oportunidade de destilar seus pronunciamentos apócrifos em cima de nossas posições, pois estão raivosos em virtude do não atendimento, até agora, de seus malfeitos. Na maioria das vezes nossas posições são convergentes, mas existem pontos em que meu entendimento é diferente do seu – e isto é salutar, acredito.

Continuo com a minha posição intrigante. O que fazer? Esperar a morte do BASA? Esperar a morte da CAPAF? Esperar a morte da CASF? Esperar a nossa própria morte? Que resultados práticos obtivemos nestes últimos 30 anos de luta? Eu, você, o Madison e outros colegas. Será que os nossos fóruns são os adequados? Muitas perguntas sem respostas, mas a realidade está aí, na nossa cara: a CAPAF está sob intervenção, pode ser liquidada e o tal plano de recuperação está sendo montado sozinho pelo interventor, sem a participação dos maiores interessados, que somos nós mesmos (ativos, aposentados e pensionistas). Que ações efetivas empreendemos diante da intervenção da CAPAF, até agora? Será que não estamos perdendo uma grande oportunidade de colocar a CAPAF no rumo certo? O que virá por aí? Vou repetir: alguma coisa tem que ser feita e deveríamos estar a frente disso."

Sidou responde:

"Com a palavra os representantes das entidades, pois não vejo discordãncia, Roberto, quanto a necessidade de tomarmos uma posição para evitar o pior: a liquidação da CAPAF, por suposta proposição de seu solitário interventor. Então, o que defendemos também é a busca de apoios políticos e de nova audiência com o ministro da Previdência Social, para apresentação de nossa proposta alternativa de solução da CAPAF, por sinal já esboçada. Falta apenas o seu fechamento, em comum acordo com as entidades. Logo, a hora do debate já passou. Precisamos, agora, é de ações emergenciais. Nisso também estou de acordo com você, Roberto. Não estou vendo, portanto, nenhum conflito de posições em relação ao nosso objetivo comum: a sobrevivência da CAPAF".