Três policiais foram presos pela Polícia Federal (PF) na manhã de ontem, acusados de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis. Além dos policiais (dois civis e um militar), outras 19 pessoas foram detidas, por envolvimento na montagem de máquinas e exploração da atividade ilegal. As detenções ocorreram após quatro meses de investigação, que culminaram ontem com a operação Halloween, nos municípios de Belém e Ananindeua. Durante a ação policial, mais de 4 mil componentes de máquinas caça-níqueis foram apreendidos, principalmente placas-mãe das máquinas.
A operação Halloween deu cumprimento a 15 dos 17 mandados de prisão (entre preventivas e temporárias) expedidos pela 3ª Vara de Justiça Federal, além de cinco mandados de condução coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão. Segundo informações da PF, dentre os envolvidos estão 17 exploradores de máquinas, dois montadores e os três policiais.
Durante as investigações, foram fechados 21 estabelecimentos clandestinos, onde funcionavam máquinas caça-níqueis, e também foram feitas incursões em feiras e casas de jogos do bicho da grande Belém, que resultaram na apreensão de aproximadamente 200 máquinas. Nesse período, a PF identificou os maiores montadores de máquinas e exploradores dessa atividade ilegal na região, descobrindo 'um envolvimento criminoso constante de policiais civis e militares com a máfia dos caça-níqueis', segundo nota enviada pela assessoria da PF.
Com as investigações feitas, foram solicitados os mandados de prisão à Justiça. Participaram da operação Halloween 120 policiais federais da Superintendência do Pará, do Estado de Goiás e também do Distrito Federal, com apoio das Corregedorias das polícias Civil e Militar do Pará.
De acordo com a PF, os envolvidos responderão na Justiça Federal pelos crimes de formação de quadrilha, contrabando, crime contra a economia popular, corrupção ativa, corrupção passiva, receptação qualificada e violação de sigilo funcional. Os presos foram encaminhados ao Sistema Penitenciário do Pará e aguardarão pronunciamento da Justiça Federal. Os policiais foram levados para o presídio Anastácio das Neves. Segundo a Polícia Federal, um dos líderes do esquema era Cleyton Merces do Nascimento, que foi preso na própria casa, no bairro da Marambaia. Lá funcionava um depósito e uma oficina, onde eram montadas máquinas caça-níqueis, com a ajuda de técnicos do ramo.
Nos últimos dois anos, a PF no Pará já efetuou várias ações de combate à exploração de jogos de azar, e neste período foram apreendidas aproximadamente 1.500 máquinas eletrônicas programadas (MEPs), mais conhecidas como caça-níqueis.
A operação foi batizada de Halloween por ser a denominação de um dos modelos de caça-níqueis mais explorados na Região Metropolitana de Belém. (Amazônia)
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