O vice-presidente da Frente Contra o Tapajós, Eliel Faustino, foi o convidado do quarto e último programa da série "Você já decidiu o seu futuro?", exibido pela TV LIBERAL durante o jornal "Bom Dia Pará" de ontem. Na entrevista, Faustino argumentou que a divisão do Pará resultaria na criação de dois Estados grandes e outro pequeno, pobre e sem chances de competição com o restante da Federação.
"Unido, o Pará é muito mais capaz de gerar emprego e renda, o que o Estado carece é de políticas públicas de qualidade. Essa divisão, da forma como foi traçada, retiraria 83% da área original do Pará, que ficaria sem minerais, sem hidrelétrica, sem biodiversidade, mercado de agronegócio e produção pecuária", explicou durante a entrevista.
Outro argumento utilizado pelo vice-presidente foi a motivação política que estaria por trás dos motores reais da divisão. "A gente vê que existe uma movimentação política com interesses de beneficiar uns poucos em detrimento de muitos. Nós precisamos é de políticas públicas de qualidade. Não é aumentando a máquina estatal, e, consequentemente, o custeio e a burocracia, que se vai melhorar as coisas. A gente precisa de mais unidades de saúde, de um ICMS justo, calculado com base na produção, e não no consumo, como acontece hoje em dia, sendo que o Pará muito mais produz do que consome. Esse é um cálculo que nos prejudica imensamente e beneficia regiões onde a produção é verticalizada, como o Sul e o Sudeste", detalhou Eliel.
Outro assunto abordado pelo entrevistado foi a aplicação da Lei Khandir, que faz com que o Estado deixe de arrecadar uma enorme quantia em impostos. "Toda vez que o nosso minério sobe no mercado internacional, o Pará perde, porque a lei beneficia uns, mas não prevê compensações para quem deixa de arrecadar", analisou.
Faustino questionou ainda um dos argumentos dos separatistas sobre o Pará ser um Estado muito grande. "Tapajós e Carajás já nasceriam, respectivamente, como o terceiro e nono maior Estado do país. Que fundamento tem essa argumentação, então, de que o tamanho é justificativa? Nós somos contra a criação de qualquer dos dois Estados e, principalmente, contra a divisão do Pará. Até o dia do plebiscito, 11 de dezembro, faremos carreatas, caminhadas e debates em todos os municípios que fariam parte do ‘Pará Pequeno’ expondo essas problemáticas", prometeu Eliel Faustino.
Propaganda eleitoral começa hoje no rádio e na televisão
Começa hoje a propaganda eleitoral obrigatória sobre a divisão do Pará na rádio e na televisão. Os primeiros a testar a empatia do eleitor são as Frentes - contra e a favor - da criação do Estado de Carajás. Cada uma terá direito a 5 minutos no horário político obrigatório e mais 5 minutos de inserção diária para apresentar seu ponto de vista sobre a necessidade ou não de desmembrar o Pará. Amanhã, serão exibidos os programas em torno da criação do Estado do Tapajós. O plebiscito sobre a divisão do Estado em mais duas unidades federativas será decidido pela população no dia 11 de dezembro. "É muito importante que as pessoas acompanhem a propaganda plebiscitária gratuita na rádio e na televisão, ouçam o que as frentes têm a dizer e votem de forma consciente", afirmou a juíza da comissão de propaganda do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Pará, Eva Amaral Coelho.
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