Os riscos da doença e as campanhas preventivas não são suficientes para convencer mais da metade dos homens paraenses a fazer o exame de prevenção do câncer de próstata. Para romper o preconceito foi instituído o Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Tumor de Próstata, hoje. No Brasil, todos os anos são descobertos cerca de 52 mil novos casos.
Urologista do maior centro de tratamento de câncer do Pará, o Hospital Ofir Loyola, João Frederico Filho afirma que o desleixo dos homens com a própria saúde é muito grande. "Não chega à metade o número dos que fazem os exames necessários", afirma, referindo-se aos exames de sangue e toque. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que ambos sejam feitos anualmente, por homens a partir dos 40 anos.
O câncer de próstata é o segundo tumor que mais mata homens - perde apenas para o câncer de pele. Outro perigo é o fato de não haver sintomas nas fases inicial e intermediária e o paciente tende a descobrir só quando começam as dores, momento em que as chances de cura diminuem drasticamente. Se descoberto na fase inicial, o sucesso supera 90%. Não há estatísticas no Pará sobre o assunto.
Frederico explica que as causas do câncer de próstata são desconhecidas, ao contrário dos tumores no pulmão, assciados ao cigarro, ou ao de pele, pela exposição excessiva ao sol. "Não existem estudos que relacionem o câncer de próstata com hábitos", afirma. A doença é rara abaixo dos 40 anos, pouco frequente entre os 40 e 60 e muito mais possível acima dos 60 anos. Além disso, a hereditariedade é um fator de risco.
O médico percebe a resistência dos homens quanto ao exame. "É mais por ignorância, já que é indolor e dura entre cinco e dez segundos", explica. O taxista Raimundo Nonato Souza Borges, 57 anos, não hesitou em passar pelo teste, ao ser informado sobre os riscos da doença, com o avançar da idade. Seu próximo exame está marcado para dezembro. "Homem tem que acabar com esse negócio, só faz o bem, é tranquilo. É melhor cuidar da saúde do que correr o risco", avalia.
O câncer é o mais grave, mas não o único mal relacionado à próstata. Durante toda a vida, homens têm 70% de chance de desenvolver Hiperplazia Prostática Benigna (HPB), aumento de nódulos que traz incômodos na hora de se urinar. O tratamento é simples, com medicamentos e, a cirurgia, se necessária, é feita por via endoscópica. (Amazônia)
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