A pedido do ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA), a Executiva Nacional do PMDB se reuniu ontem (23) para dar uma manifestação de força e exigir que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida a favor de sua posse no Senado Federal.
Sob o comando do presidente do Senado José Sarney (AP) , do presidente do partido, Valdir Raup (RO) e outras lideranças do partido, a reunião se deu num clima de revolta com o que chamam de tratamento diferenciado , "dois pesos e duas medidas", que o STF estaria dando ao caso de Jader, já que outros parlamentares enquadrados na Lei da Ficha Limpa já foram empossados.
Durante a discussão, os peemedebistas acusaram o Supremo de estar orquestrando uma operação política para reduzir o tamanho do PMDB no Senado, e dar a vaga de Jader ao petista Paulo Rocha.
- O episódio está se transformando num caso de natureza política. O próprio Supremo já decidiu que a lei da Ficha Limpa não pode ser aplicada a eleição de 2010. Todos já foram liberados, só o meu caso não? Posso ser punido por uma lei inexistente? Se meu direito não for assegurado como o de Cássio Cunha Lima e outros, vem para o meu lugar o Paulo Rocha, alguém que não foi eleito. Isso é um absurdo que clama aos céus! O que é isso? O caso Jader Barbalho? Uma lei especial para mim? - protestou Jader ao final da reunião.
Durante a reunião, o discurso mais inflamado foi do ex-senador Wellington Salgado, que integra a Executiva do PMDB.
- Qual é o grande jogo? Acabar com o PMDB. O Supremo tirou dois senadores do PMDB ( Wilson Santiago e Gilvan Borges) e impede dois dos nossos de assumir (Jader e Marcelo Miranda). Não querem o PMDB grande no Senado. É uma coisa orquestrada. O Supremo está agindo politicamente para dar a vaga ao PT - discursou Salgado.
Sarney , que essa semana terá que dar posse a seu adversário político João Alberto Capiberibe (PSB-AP), barrado até agora pele lei da Ficha Limpa mas diplomado semana passada, se solidarizou com Jader e questionou:
- Se a Lei da Ficha Limpa não entrou em vigor para os outros, porque só no seu caso vale? - argumentou Sarney, segundo relato dos presentes. (O Globo)
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