O governo do Estado anunciou ontem o afastamento de professores temporários, corte no ponto e ainda abertura de processo administrativo disciplinar contra os servidores efetivos, caso o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sintepp) continue com o movimento grevista, que já dura 43 dias na capital e no interior do Estado. As medidas chamadas de administrativas foram anunciadas na tarde de ontem, durante entrevista coletiva com os secretários Nilson Pinto, da Promoção Social; Alive Viana, da Administração e Cláudio Ribeiro, da Educação, além do procurador-geral do estado, Caio de Azevedo Trindade.
As medidas, segundo Nilson Pinto, estão previstas na sentença da última sexta-feira (4), assinada pelo juiz Elder Lisboa, da 1ª Vara da Fazenda Pública da capital, que determinou o fim da greve. Para o governo, a negociação está encerrada temporariamente e só será retomada quando o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) encerrar a paralisação.
"Vamos tomar medidas administrativas, caso a greve não termine: substituição de professores temporários, que estiverem descumprindo seu contrato de trabalho, não participando das aulas, e a substituição de diretores que eventualmente estejam participando do movimento, impedindo o acesso de estudantes e professores à sala de aula", declarou o gestor, e completou. "Vamos registrar faltas de professores que ainda persistam no movimento grevista para que nós possamos proceder o desconto nos seus salários e ainda abriremos processo administrativo disciplinar para aqueles que persistirem nesse tipo de infração à decisão judicial".
Volta - Segundo levantamento da Seduc, a maioria das escolas da capital e do interior já retomou às atividades. Até a manhã de ontem, 67% das escolas do interior já estavam em atividade total, mais 4% em atividade parcial, de acordo com Nilson Pinto. Já em Belém, 51% das instituições de ensino já estão funcionando normalmente e 25% desenvolvem atividade parcial. Os dados são contestados pelo Sintepp.
Sintepp quer reabrir canal de negociação
Após saber das medidas que o governo deve tomar, o movimento grevista respondeu na noite de ontem que "o governo já está sendo intransigente desde a sentença que determinou ilegal a greve. A categoria resistiu. Queremos negociar com o governo, queremos sair da greve, mas o governo precisa sentar para discutir. A greve poderá acabar até amanhã [hoje]", disse Conceição Holanda.
Hoje o protesto marcado para terminar em frente à sede da Seduc deverá ser reforçado com trabalhadores do interior do Estado. Segundo a sindicalista, trabalhadores de municípios próximos a Belém chegam à capital no início da manhã de hoje. "Confirmados, temos três ônibus de Barcarena e três de Abaetetuba. Vamos mostrar o inverso do que o governo quer mostrar", disse Conceição Holanda, ressaltando que pelo menos 80% da categoria está em greve, contestando os dados do governo sobre o funcionamento das escolas.
O calendário de reposição das aulas, que deve ser formulado pelo Sintepp, segundo a sentença do juiz Elder Lisboa, vai ser divulgado na próxima semana, segundo o movimento grevista. "Vamos esperar os acontecimentos de amanhã [hoje], da negociação", afirma. "Nós não queremos causar prejuízos, mas isso depende do governo. Se conseguirmos negociar, no máximo até sexta a greve termina", estima. Ainda ontem pela manhã, os professores realizaram um ato público pedindo celeridade da justiça. Na ocasião, o advogado Paulo Henrique Corrêa e o coordenador José Mateus Rocha da Costa Ferreira, foram recebidos pelo desembargador Cláudio Montalvão.
Manifestação - A categoria programa mais um ato de protesto na manhã desta quarta-feira (9). Os educadores irão se reunir no trevo do Conjunto Satélite, na Augusto Montenegro, e seguem em marcha até a sede da Seduc, onde pretendem ser recebidos pelo titular da secretaria, Cláudio Ribeiro.
O governo quer mostrar que ele é quem manda, elabora discurssos, compra a lei, a imprensa, e transmite informações que façam parecer que ele é o bonzinho, se aproveitando da ignorância do povo que ele faz questão de manter ignorante. Dando parecer que, através da imprensa, e até mesmo judicialmente, por conta dessa sentença canalha, a culpa é dos professores. A aparência é que estes são responsáveis por tudo de ruim que há na educação, encaminhar um batalhão fortemente armado da polícia para acompanhar um protesto organizado de educadores é uma forma de demonstrar algo que não existe, mas que ele faz questão de afirmar, que a atitude dos trabalhadores é anarquista. Este governo, além de cometer o crime de não cumprir com a lei emitida pelo STF, está sendo criminoso com toda a população, que tem direito a educação de qualidade. Pois, é sabido que o problema na educação não está só em pagar um salário miserável ao professor, mas de negligenciar em vários aspéctos a EDUCAÇÃO, que é a base de tudo. E ainda ameaça os trabalhadores que reivindicam seu direito por meios legais. Já está na hora da justiça ser feita é com as próprias mãos. O trabalhador tem esse poder, ele é a maioria. Se já somos chamados de anarquistas mesmo, que sejamos. Ele está contando com o pacifismo, a obediência e a conformidade já conhecida do povo, ameaça sem nenhuma preocupação, jamais espera uma reação. É hora de AGIR, sem aviso prévio.
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