"Já nos reunimos hoje para discutir de que forma poderemos reapresentar a proposta de divisão, acionamos uma assessoria jurídica para ver de que forma é possível discutir essa situação através de outra metodologia que não o plebiscito. As capitais sempre possuem o maior número de eleitores, portanto, por plebiscito nós nunca conseguiremos mostrar que a divisão é, sim, uma solução para os nossos problemas", explicou. "Hoje há 17 propostas de divisão e criação de novos estados em trâmite. O Plebiscito do Pará sepultou temporariamente não só o nosso sonho, mas outros 17 sonhos. Ou a Constituição proíbe a divisão e a criação de novos estados ou oferece outras alternativas, porque o plebiscito tornará sempre inviável a proposta de separação por questões de proporcionalidade no pleito eleitoral", justificou a prefeita.
Maria do Carmo garante que o estado de luto não muda a rotina de Santarém na prática. "Não podia passar em branco, é uma forma de protesto silencioso. Respeitamos a vontade da maioria, mas não ficamos satisfeitos com o resultado. A opção pela não divisão significa que a maioria quer que tudo fique como está. E nós não queremos isso. Estamos fora dos projetos de desenvolvimento do Estado, e isso é injusto, é desigual. Excluídos nós já nos sentimos há muito tempo. Gostaríamos apenas de oficializar isso com a emancipação e traçar as nossas próprias metodologias de desenvolvimento, sem mais nos colocarmos como meros fornecedores de matéria prima para o resto do País. Já que não se quer dividir, se o Governo do Estado quiser unir as regiões, precisará propor a nós e outros municípios uma forma de trabalhar que não tenha como foco o extrativismo", avisou a prefeita de Santarém. "98% de eleitores querendo a divisão significa que quase três milhões de pessoas estão insatisfeitas. É preciso dar atenção a isso", disparou. (Amazônia)
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