Numa iniciativa que não se vê mesmo para votar projetos de interesse do país, a Mesa Diretora do Senado, reunida nesta terça-feira sob o comando do presidente José Sarney , decidiu se reunir em caráter excepcional na próxima quarta-feira, em pleno recesso parlamentar, para dar posse ao senador Jader Barbalho. Ele renunciou a seu mandato anterior de senador, em 2000, para não ser cassado no escândalo de desvio de recursos do Banpará e da Sudam, e, por isso, foi barrado pela Lei da Ficha Limpa nas eleições do ano passado, quando foi o segundo candidato ao Senado mais votado do Pará.
O Senado entra em recesso nesta quinta-feira e só retoma as atividades no início de fevereiro. Já empossado como senador, Jader fará jus também ao salário de janeiro, no valor bruto de R$ 26.723,13, que não receberia se só tomasse posse do mandato em fevereiro. E, na volta do recesso, o novo senador receberá, como todos os demais, o salário do mês somado a mais uma ajuda de custo do mesmo valor, relativa ao início do ano legislativo de 2012.
Com o Congresso já na reta final para o início do recesso, poucos se manifestaram sobre o assunto. Mas o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) estranhou todo o processo para garantir a volta de Jader ao Senado. - Todo esse procedimento para a posse de Jader é muito estranho e rápido. Primeiro, a decisão rápida e surpreendente do Peluso. Depois, a diplomação em prazo recorde no TRE do Pará, que nem esperou a comunicação oficial do STF e o diplomou com um reles telegrama. Agora, além do dinheiro extra que receberá a mais, essa posse no meio do recesso mostra a sede de Jader para exercer logo o poder do mandato - disse o senador do PSOL.
- Muito rápido? Essa gente tem um conceito de tempo muito restritivo. Eu perdi um ano do meu mandato. E ainda acham que é tudo muito rápido? - respondeu Jader. (O Globo)
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