A movimentação do grupo do PSB cearense para emplacar o ex-ministro Ciro Gomes no primeiro escalão do governo Dilma Rousseff já provocou a primeira reação: o PMDB veta a volta de Ciro para um cargo de visibilidade.
O nome dele vem sendo citado nos últimos dias para o Ministério de Ciência e Tecnologia, no lugar do ministro Aloizio Mercadante, que será deslocado para a Educação. O PT também disputa o cargo.
Para a cúpula peemedebista, se Dilma decidir pelo retorno de Ciro será uma demonstração clara de desconsideração com o partido e, principalmente, com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB).
Ao GLOBO, interlocutores de Temer ressaltaram que ter Ciro na Esplanada dos Ministérios causaria desconforto ao partido depois das críticas que ele fez ao vice-presidente.
O PMDB ainda não digeriu as acusações feitas por Ciro Gomes no período da campanha presidencial. O ex-ministro chegara a afirmar que o partido era um "ajuntamento de assaltantes" e que "Michel Temer era chefe dessa turma".
Ciro também dissera, na ocasião, que "quem manda no PMDB não tem o menor escrúpulo: nem ético, nem republicano, nem compromisso público, nada!".
Internamente, a cúpula do PMDB já admite que não terá o espaço ampliado na reforma ministerial, como pretendeu inicialmente. Por isso, é grande a insatisfação. O principal aliado teve seu poder esvaziado no governo Dilma. Além de ter perdido ministérios importantes, como Saúde, Integração Nacional e Comunicações - que ocupou no governo Lula -, o partido avalia que houve uma intervenção branca de Dilma nas pastas do PMDB.
Nos últimos dias, a presidente Dilma Rousseff disse a interlocutores com quem manteve contato que pretende finalizar as mudanças até o final de janeiro. Além de um novo ministro para Ciência e Tecnologia, a partir do remanejamento de Mercadante para a Educação, a presidente pode mudar ainda o ministro das Cidades, Mário Negromonte, e definir o novo titular do Trabalho. Para o cargo, está sendo cotado o deputado Vieira da Cunha (PDT-RS). (O Globo)
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