Com uma dívida de curto prazo de R$ 1,4 bilhão e o mesmo valor a longo prazo, segundo balanço patrimonial fechado em setembro do ano passado e divulgado pelo site da revista Exame (Exame.com), a Centrais Elétricas do Pará (Celpa), controlada pelo Grupo Rede Energia, entrou com pedido de recuperação judicial. Os números, segundo a revista, colocam a Celpa como uma das distribuidoras do grupo com pior desempenho no país.
A assessoria local da Celpa não se manifestou, mas segundo nota emitida por uma empresa de assessoria de imprensa contratada pelo Grupo Rede em São Paulo, a medida visa “garantir a continuidade dos serviços de distribuição de energia elétrica prestados à população do Pará e equalizar sua situação financeira” e “não impacta na continuidade de suas operações presentes e futuras”. Ainda segundo a nota “a Celpa vem apresentando resultados e melhorias operacionais expressivas ao longo do último ano, resultando no aumento de seu EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
A recuperação judicial, diz o comunicado, é um instrumento que visa à reestruturação de empresas economicamente viáveis.
“A negociação multilateral com os credores da Celpa possibilitará que a companhia encontre as condições necessárias para equacionar sua saúde financeira, cumprir com suas obrigações e seguir com seu plano de negócios”.
Ainda segundo a Exame, uma fatia de 54% do acionista majoritário da Rede Energia, Jorge Queiroz Jr, está à venda em uma operação da qual o grupo AES e a chinesa State Grid já desistiram, diante dos riscos regulatórios e do preço pedido pela participação. “A CPFL ainda estaria conversando com o grupo, segundo fontes, mas analistas chegaram a afirmar que a venda desmembrada dos ativos de distribuição poderia atrair mais interessados”, diz a reportagem.
A Rede Energia também teria convocado, segundo a Exame.com, uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para 19 de março, na qual serão discutidas contratações de assessorias especializadas para propor alternativas à superação da crise econômico-financeira da companhia. “O pedido de recuperação judicial ocorre no momento em que empresas do setor de distribuição discutem os efeitos das novas regras do terceiro ciclo de revisão tarifária em suas receitas, com expectativa de que haja redução”, informou a Exame.com. O BNDES conta com 21% das ações da empresa.
Bancada do Pará discute hoje situação da empresa - A bancada do Pará no Congresso Nacional realiza, nesta quarta, reunião extraordinária para discutir o problema da Celpa. A reunião pretende mobilizar os três senadores e 17 deputados federais em torno do grave problema econômico enfrentado pela empresa. Um dos temas em debate será a possível participação da Eletrobras na Rede Energia. A participação se daria por meio da subsidiária Eletrobras Eletronorte, que explora os recursos hídricos na região Norte, principalmente no Pará, onde está em funcionamento a maior hidrelétrica genuinamente nacional, a de Tucuruí.
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