Ministro do Supremo deseja que Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhem juntos
Poeta, Ayres Britto citou em seu discurso várias metáforas e fez
referências holísticas, como o “terceiro olho, o único que não é visto,
mas justamente o que pode ver tudo”. Ele defendeu o respeito à
Constituição e destacou que a norma prega princípios que devem ser
observados, como a moralidade e a probidade administrativa.
“Os magistrados não governam. O que eles fazem é evitar o desgoverno,
quando para tanto provocados. Não mandam propriamente na massa dos
governados e administrados, mas impedem os eventuais desmandos dos que
têm esse originário poder”, afirmou o ministro que ficará na presidência
do STF somente até novembro, quando completará 70 anos e terá de se
aposentar compulsoriamente.
Chefe do Ministério Público Federal, o procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, disse que o órgão não se intimida. “São intoleráveis os
que objetivam constranger o legítimo atuar de nossas instituições, mas
não nos intimidaremos jamais. Na Procuradoria sempre dizemos aos colegas
que a tibieza é incompatível com o Ministério Público. Ataques pessoais
antes de intimidarem o Ministério Público renovam suas forças”, disse o
procurador.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi
direto. Em sua manifestação no plenário do STF, pediu ao tribunal que
julgue rapidamente o mensalão. “O tempo, temos certeza, não será
empecilho para esta Corte levar à frente, o quanto antes, o julgamento
dos processos relativos aos escândalos de corrupção que marcaram a nossa
história recente”, disse na solenidade que contou com a presença da
presidente Dilma Rousseff e com a apresentação do hino nacional pela
cantora baiana Daniela Mercury.
Decano do STF, Celso de Mello afirmou que os agentes estatais de
todos os Poderes da República têm de se submeter ao princípio da
moralidade. “O cidadão tem o direito de exigir que o Estado seja
dirigido por administradores íntegros, por legisladores honestos e por
juízes incorruptíveis, que desempenhem as suas funções com total
respeito aos postulados ético-jurídicos que condicionam o exercício
legítimo da atividade pública. O direito ao governo honesto – como tem
sido sempre proclamado por esta Corte – traduz prerrogativa insuprimível
da cidadania”, afirmou. (Estadão.com.br)
Integra do discurso de Ayres Britto, aqui >>Ayres Britto toma posse na Presidência do Supremo
Integra do discurso de Ayres Britto, aqui >>Ayres Britto toma posse na Presidência do Supremo
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