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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Famílias que ocuparam prédio do INSS na Presidente Vargas foram retiradas pela GBel


Foto: Shirley Penaforte
Cem famílias ocuparam, na madrugada de ontem, o prédio de quatro andares onde funcionou o escritório regional do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), na esquida da Avenida Presidente Vargas com a Rua Ó de Almeida, na Campina. Mas a ocupação durou menos de 24 horas. Por volta das 19h, o efetivo de 60 homens da Guarda Municipal de Belém (Gbel) invadiu o prédio e expulsou os ocupantes. A operação não durou meia hora. Havia idosos, cinco crianças e até uma gestante entre os manifestantes. Algumas pessoas passaram mal e uma mulher, que teria tido problemas cardíacos, recebeu atendimento numa ambulância, no local, e foi liberada logo em seguida. Ninguém saiu ferido. 

"Fomos pegos de surpresa. Os guardas quebraram a parede e invadiram jogando spray de pimenta e gás lacrimogênio. Não houve negociação", reclamou Altenir Santos, um dos coordenadores do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) no Estado, que organizou a ocupação. Os ocupantes foram parar nas calçadas da Presidente Vargas, junto com seus objetos pessoas, como colchões, ventiladores, fogões e botijões de gás, onde manifestaram resistência. A prefeitura enviou um ônibus para retirar os manifestantes do local. "Vamos levá-los para o conjunto CDP, de onde a maioria veio", disse o subcomandante da Gbel, Adailton Tavares. Ele nega que tenha sido usado gás lacrimogêneo e afirmou que a retirada foi pacífica, apesar de admitir o uso de uma "pequena" quantidade de spray de pimenta.

Ocupação - Para entrar no imóvel, os ocupantes quebraram os muros do prédio. O cheiro de urina e fezes que vinha do local era sentido do lado de fora da construção, onde os banheiros não funcionam e não há água encanada ou energia elétrica. A Polícia Civil esteve no local e conversou com os líderes da movimentação, mas entendendo que se tratava de uma manifestação pacífica, não tentou tirar pessoa alguma do local. Segundo Fernanda Lopes, coordenadora estadual do MLB, o grupo estava ciente de que uma liminar de reintegração de posse pedida pelo Governo Federal deveria chegar em suas mãos hoje.

"A gente precisa ficar com um pano no nariz porque tem muito ‘xixi’ e ‘cocô’ pelo chão, e sem água, não tem como deixar limpo", disse. Na manhã de ontem, eles tomaram café preto com pão logo cedo - comida levada por eles -, e esperavam pela solidariedade para conseguir água de beber. "A gente usou a internet para fazer um grande apelo nas redes sociais e espera que as pessoas nos ajudem. Nossa intenção é ficar até ser recebido por alguém que possa nos ajudar", esperava Fernanda.

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