Equipes do Ibama realizaram vistorias aéreas e terrestres nos canteiros
da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no sudoeste do Pará. A
ação foi realizada na semana passada, e teve como objetivo definir o
plano de fiscalização da retirada de madeira dos locais que serão
alagados pela obra.
Através de vistorias aéreas e terrestres, o Ibama verificou as rotas de
escoamento da madeira da região, para poder acompanhar de perto a saída
deste material de acordo com a lei, garantindo que o produto chegue ao
mercado.
Além disso, o órgão esclarece que irá realizar fiscalizações em toda a
madeira que for extraída do lugar antes de gerar os créditos no sistema
de Documento de Origem Florestal (DOF), do Governo Federal, e do Sistema
de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora), do
governo do Pará.
Trecho de floresta que foi suprimido para construção da usina hidrelétrica.
Com esta medida, o Ibama tenta evitar a retirada ilegal da madeira,
além de impedir que os créditos gerados pelo produto cortado das áreas
que serão afetadas pelo lago da usina sejam utilizados para esquentar o
comércio ilegal de madeira no Pará. Para isto, serão feitas análises nas
movimentações nos sistemas do DOF e no Sisflora.
"A ação completa de fiscalização, da retirada da madeira até seu
consumo, é importante para garantirmos a legalidade da madeira extraída
da área que será alagada na usina de Belo Monte", comentou o diretor de
Proteção Ambiental do Ibama, Ramiro Martins-Costa.
Obra -
A hidrelétrica ocupará parte da área de cinco municípios: Altamira,
Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Altamira é
a mais desenvolvida dessas cidades e tem a maior população, quase 100
mil habitantes, segundo o IBGE. Os demais municípios têm entre 10 mil e
20 mil habitantes.
Belo Monte custará pelo menos R$ 25 bilhões, segundo a Norte Energia.
Há estimativas de que o custo chegue a R$ 30 bilhões. Trata-se de uma
das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma
das principais bandeiras do governo federal.
Apesar de ter capacidade para gerar 11.200 MW de energia, Belo Monte
não deve operar com essa potência. Segundo o governo, a potência máxima
só pode ser obtida em tempo de cheia. Na seca, a geração pode ficar
abaixo de 1.000 MW. A energia média assegurada é de 4.500 MW.
Para críticos da obra, o custo-benefício não compensa. O governo
contesta diz que a geração menor evita um alagamento maior e que a
energia é fundamental para o país. (G1PA)
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