"Meu sentimento é de indignação", diz o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, em nota à imprensa, distribuída no início da noite desta
segunda-feira, 28, sobre reportagem deste final de semana da revista Veja.
De acordo com essa reportagem, Lula teria sugerido proteção ao ministro
do STF Gilmar Mendes, na CPI do Cachoeira, em troca do adiamento do
julgamento do mensalão no STF, em encontro ocorrido no escritório de
advocacia do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim.
Lula diz, na nota, que o procurador Antonio Fernando de Souza
apresentou a denúncia do escândalo que ficou conhecido como mensalão e
depois disso foi reconduzido ao cargo. "Eu indiquei oito ministros do
Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha
em favor de quem quer que seja", informou Lula no comunicado.
Na nota, a assessoria do ex-presidente Lula diz ainda que a autonomia
e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram
rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos e que o petista
continua com o mesmo comportamento agora, mesmo não ocupando nenhum
cargo público. Além disso, destaca que Lula "jamais interferiu" nas
ações do Supremo ou da Procuradoria Geral da República em relação ao
mensalão, nos oito anos de seu mandato.
Segundo a nota, no dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o
ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o
ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o
teor da conversa é inverídica, diz Lula. (Estadão)
Veja a íntegra da nota da assessoria de Lula:
Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de
semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar
Mendes, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson
Jobim, informamos o seguinte:
1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o
ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o
ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o
teor da conversa é inverídica. “Meu sentimento é de indignação”, disse o
ex-presidente, sobre a reportagem.
2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou
interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria Geral da República
em relação a ação penal do chamado Mensalão, ou a qualquer outro
assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos
em que foi presidente da República.
3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia
do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu
indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar
qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”,
afirmou Lula.
4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério
Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O
comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo,
agora que não ocupa nenhum cargo público.
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula
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