O ex-presidente Lula procurou o ministro Gilmar,
do Supremo Tribunal Federal, para tentar adiar o julgamento do
mensalão. Em troca da ajuda, Lula ofereceu, segundo reportagem da
revista "Veja", blindagem na CPI que investiga as relações de Carlos
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e
empresários. Mendes confirmou o encontro e o teor da conversa, revelada
ontem, ao jornal Folha de S. Paulo. "Fiquei perplexo com o comportamento
e as insinuações despropositadas do presidente."
O encontro aconteceu
em 26 de abril no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro de Lula e
ex-integrante do STF. O petista disse ao ministro, segundo a revista,
que é "inconveniente" julgar o processo agora e chegou a fazer
referências a uma viagem a Berlim em que Mendes se encontrou com o
senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), hoje investigado por suas
ligações com Cachoeira. Membro do Ministério Público, Demóstenes era na
época um dos interlocutores do Judiciário e de seus integrantes no
Congresso.
A assessoria de Lula disse que não iria comentar o caso. À
"Veja", Jobim disse não ter escutado a conversa. No encontro com Lula,
Gilmar teria se irritado e dito que o ex-presidente poderia "ir fundo na
CPI". Em abril, a Folha revelou que Lula havia organizado uma ofensiva,
com a participação de integrantes do PT que possuem interlocução no
Judiciário, para aumentar a pressão sobre o STF. (Fonte: Blog do Claudio Humberto)
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