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segunda-feira, 18 de junho de 2012

BRT vai retirar ônibus da Almirante Barroso. Entenda!


Uma das mudanças no transporte público com a implantação do BRT (Bus Rapid Transit em inglês ou sistema de trânsito rápido de ônibus) será a retirada completa dos ônibus que hoje circulam na avenida Almirante Barroso e rodovia Augusto Montenegro. Essas linhas serão transformadas em linhas 'alimentadoras'. O nome vem da função: alimentar o sistema BRT. Os ônibus passarão pelas áreas mais internas dos bairros buscando passageiros e levando até o mais próximo possível das paradas ou estações do BRT, mas sem entrar nas vias principais.

A alteração vai exigir o reordenamento completo das linhas e áreas atendidas pelas linhas metropolitanas (Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Isabel do Pará), o que deverá ser feito numa primeira licitação que pode ocorrer até novembro deste ano. Porém, pelos requisitos que estão sendo estabelecidos pela Companhia de Transportes do Município de Belém (CTBel), 20% das empresas atuais ficarão de fora do sistema. Quando o BRT estiver próximo de ser implantado, as linhas reordenadas serão adaptadas para se tornarem alimentadoras.

De acordo com projeto, cenas como essa não serão mais vistas na Avenida. Foto: Tarso Sarraf (O Liberal)
O diretor de Transportes da CTBel, Paulo Serra, explica que alguns passageiros sequer precisarão usar os ônibus BRT e poderão se deslocar apenas com as linhas alimentadoras. Isso será possível porque para transportar os passageiros que irão usar o BRT, os ônibus menores precisarão ir nas áreas mais internas dos bairros. Porém, há passageiros que precisarão utilizar dois ou três ônibus, sendo um ou dois alimentadores e um BRT. Mesmo fazendo tantas viagens, só será necessário pagar apenas uma passagem para o trajeto completo num período de duas horas (ou mais, ainda em avaliação) pelo sistema de Bilhete Único (BU). O tempo de viagem será reduzido em 60%.

A mudança das linhas atuais para as alimentadoras não será feita de uma só vez. Serra afirma que será feita uma primeira licitação que vai criar “pacotes de linhas” para iniciar o trabalho de reordenamento das linhas metropolitanas. As novas linhas levarão em conta os novos destinos da população e os locais com maior demanda, substituindo a distribuição feita há mais de 20 anos com a emissão das ordens de serviço que até hoje estão em funcionamento e já são consideradas defasadas pelas mudanças pelas quais a cidade passou. Os pacotes terão várias linhas diferentes, entre as “mais rentáveis” (com trajetos mais longos e com mais passageiros) e as “menos rentáveis” (trajetos longos ou curtos com menos passageiros). Com esse primeiro processo licitatório, já será feita a instalação do BU. O transporte interno dos demais municípios da Região Metropolitana de Belém (RMB) por enquanto não entra nessa mudança.

“Isso vai garantir o equilíbrio financeiro das empresas. Como será feita uma licitação, qualquer empresa poderá participar, atendendo a determinados pré-requisitos que vamos estabelecer. Hoje, só 80% das empresas estariam aptas a participar do processo. Algumas empresas que atuam hoje podem ficar fora do sistema e novas poderão começar a trabalhar por aqui. As novas linhas estão sendo projetadas pensando nas demandas dos passageiros para os destinos mais procurados, mas com muito mais organização e melhor distribuição. Com essa mudança e o BU, faremos a transição para o BRT”, detalhou o diretor de Transportes.


Serra lembra que a licita-ção das linhas de ônibus é um projeto antigo da Prefeitura de Belém, que foi impedido judicialmente pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel). O processo novo servirá como melhora emergencial para o atual sistema de transporte e transição até o início da operação do BRT. Em 2010, o processo de licitação foi iniciado pela segunda vez e novamente não ocorreu.

Cruzamentos - O diretor de Trânsito da CTBel, Elias Jardim, explica que o ônibus BRT não para em semáforos. Todos os semáforos por onde o BRT passa serão substituídos pelo sistema de semáforos inteligentes. O BRT possui um radar que emite um sinal para o semáforo quando o veículo estiver a 200 ou 300 metros de distância para que o sinal feche, semelhante ao cruzamento com uma ferrovia, mas feito de maneira eletrônica.

“Por conta disso, não será preciso fechar as transversais, como muita gente pensa. O único cruzamento que está fechado hoje e permanecerá fechado é da Almirante Barroso com a travessa Perebebuí, pois lá será uma das paradas do BRT. O retorno que havia antes na Almirante Barroso, em frente ao parque de exposições do Entroncamento também foi fechado definitivamente. Os demais cruzamentos não terão alteração alguma. No máximo talvez ainda vamos aplicar mais algumas alterações de sentido, mas nenhum cruzamento será fechado. Também não acontecerá nada com o elevado Carlos Marighela, na Doutor Freitas com Almirante Barroso”, esclareceu Jardim.

Cruzamento será fechado para passagem do Ônibus Rápido. Foto: Elivaldo Pamplona
Implantação do corredor da BR-316 vai começar somente em 2014

A rodovia BR-316 também será um corredor de BRT, mas que será feito pelo Governo do Estado pelo projeto Ação Metrópole. Lá, as obras só começarão em 2014, com previsão para conclusão até o final de 2015. Para isso, será preciso que o Estado conclua o prolongamento da avenida João Paulo II, de outubro deste ano a dezembro de 2013, e do prolongamento da avenida Independência, previsto para começar neste ano e terminar até 2014.

O diretor geral do Núcleo de Gerenciamento do Transporte Metropolitano NGTM), César Meira, explicou que a Prefeitura de Belém ficou responsável pelas obras na Almirante Barroso e na Augusto Montenegro, seguindo o projeto do Ação Metrópole. Cada gestão cuidará das próprias obras, mas no final deverão estar integradas. A gestão do sistema BRT final também será feitoe forma metropolitana, com participação das Prefeituras de Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Isabel do Pará e do próprio Governo do Estado.


“Na BR-316 teremos 10 paradas, sendo uma estação e um terminal de BRT. O mesmo que está sendo feito na Almirante Barroso e na Augusto Montenegro
será feito na rodovia, mas antes de começarmos a mexer na pista, entregaremos alternativas de tráfego. Uma é a João Paulo II, que vai chegar até o viaduto do Coqueiro, adicionando mais uma pétala. A outra é a Independência, que chegará à Alça Viária. Era o que iríamos fazer antes de Prefeitura de Belém iniciar o próprio projeto”, explicou Meira.

No projeto original, que será seguido pela Prefeitura de Belém, o BRT chega até o centro de Belém. O contrato da PMB com a empresa responsável pelas obras, a Andrade Gutierrez, só vai até São Brás. A prefeitura já adiantou que as obras depois deverão sim chegar ao centro, mas após uma nova licitação. “Para o Centro, o BRT continua depois de São Brás, mas sem pista exclusiva com canaleta. Os ônibus articulados seguirão pelas avenidas José Malcher, Visconde de Souza Franco, Tamandaré, Serzedêlo Corrêa e Gentil Bittencourt e terão um total de 10 paradas. O tráfego será por pistas e faixas exclusivas. Nessas vias também não haverá mais transporte comum. Para chegar nessas vias onde haverá BRT, os usuários usarão as linhas alimentadoras”, detalhou o diretor do NGTM. (Portal ORM)

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