Depois de muito bate-boca, por maioria de votos os deputados
estaduais aprovaram o projeto que institui a contratação de parcerias
público-privadas na administração pública estadual do Pará.
Apesar de já tramitar na Casa desde final de 2010, o projeto
foi colocado na pauta na hora da sessão, surpreendendo a oposição, que
tentou, mas não conseguiu sequer incluir emenda à matéria para assegurar
que empresa pública tenha prioridade na execução de obras.
Por 22 votos contra oito, a Assembleia Legislativa bateu o martelo e
assegurou a aprovação do substitutivo do projeto, com pareceres
favoráveis das comissões de Constituição e Justiça e de Fiscalização
Orçamentária e Financeira.
O único parlamentar da base governista a defender a matéria
foi o próprio presidente da Comissão Financeira, Martinho Carmona
(PMDB). Enquanto os deputados do PT e Psol se revezavam na tribuna na
tentativa de derrubar a matéria, Carmona sozinho rebateu as críticas
contra a terceirização dos serviços e obras, garantidas
com a lei, que ainda precisa de sanção do governador Simão Jatene para
entrar em vigor. “O Estado do Pará tem uma malha rodoviária carente e
não tem poder de investimento. A iniciativa privada pode atuar nesta
área. Esta lei dará autonomia de desenvolvimento ao Estado do Pará”,
defendeu Martinho Carmona.
COSANPA
Apesar do governo assegurar que não está em questão a
privatização do Banco do Estado do Pará e nem da Companhia de Saneamento
(Cosanpa), a oposição alega que estes são os dois setores que mais
preocupam com a aprovação da lei das PPPs. “Cria condições legais para
entregar a Cosanpa à iniciativa privada”, alertou líder do Psol,
Edmilson Rodrigues. Já o deputado Edilson Moura (PT) questionou a pressa
em colocar a matéria em pauta sem debater com a sociedade. Ele lembrou
que o projeto já fora retirado da pauta duas vezes, mas o governo não
aceitou dialogar sobre a matéria e acatar as emendas propostas pela
oposição.
Uma das emendas asseguraria que as concessões de obras ou serviços à
empresa privada, cujo valor tivesse mais de 40% de verba pública, teria
que passar por aprovação do parlamento estadual. O texto original só
assegura 70%.
A emenda seguinte garantia a paridade de sete representantes do Estado e da sociedade civil no conselho gestor das PPPs. Também foi derrubada por maioria.
Por fim, a maioria dos deputados sequer aceitou assegurar que onde houver empresa pública ou órgão do governo apto
a realizar obra ou serviço a eles relacionados diretamente, seja dada
prioridade na execução do serviço. Com isto, excluiria a possibilidade
de terceirização do serviço de captação, tratamento e abastecimento de
água. Mas, os parlamentares decidiram o contrário. (Diário do Pará)
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