Com caráter de urgência, o governo decidiu usar mais uma arma para
tentar contra-atacar o marasmo da atividade econômica. Desta vez, vai
acelerar suas próprias compras com a avaliação de que elas poderão dar
um estímulo adicional aos investimentos e, com isso, melhorar o
desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). A porta-voz das medidas será a
presidente Dilma Rousseff e a solenidade, prevista para o fim da manhã
de hoje, ganhou o nome de "PAC Equipamentos - Programa de Compras
Governamentais".
A ideia é acelerar os investimentos na compra de maquinários para
projetos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Sem os recursos
aplicados no Minha Casa, Minha Vida, os investimentos no PAC
registraram queda nos primeiros quatro meses do ano. Pimentel enfatizou
que o governo já fez muita coisa para estimular a economia por meio do
aumento do consumo, mas que agora está focando suas forças na
alavancagem dos investimentos.
Além de poder antecipar aquisições já previstas no
Orçamento, na hora das compras poderá ser usado o mecanismo de margem
preferencial, pela qual se pode pagar até 25% mais caro se o produto for
"made in Brasil". Por esse mecanismo, o governo pode adquirir produtos
de setores como têxtil e calçados. Um exemplo é a intenção do governo de
desembolsar R$ 1,29 bilhão na compra de milhares de tratores.
A implantação das medidas visa a um crescimento no curto prazo. A
expectativa do governo é que a taxa de expansão do PIB este ano fique
acima dos 2,7% vistos no ano passado, apesar das previsões mais
pessimistas do mercado.
O governo conta com o efeito das medidas de estímulo à indústria
anunciadas no Plano Brasil Maior, em abril. Outro fator que tem jogado a
favor, na avaliação oficial, é o dólar no patamar de R$ 2,00, que
encarece produtos importados e estaria favorecendo compras no mercado
nacional.
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