O
Pará e o Brasil como um todo enfrentam o problema da má distribuição de
enfermeiros, bem como categoria ainda não têm um piso salarial e nem a
jornada semanal de trabalho definidos em lei, como destacou a presidente
do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Márcia Cristina, Krempel, na
abertura do 5º Seminário Nacional de Fiscalização do Sistema
Cofen/Conselhos Regionais (5º Senafis), ontem à noite, no Belém Hilton
Hotel. Esse cenário exige uma articulação cada vez maior dos fiscais dos
conselhos regionais, tanto que nos próximos dias integrantes do
Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PA), à frente o presidente Mário
Antônio Vieira e o conselheiro Emerson Luz, deverão checar denúncia de
que no hospital psiquiátrico da Superintendência do Sistema
Penitenciário do Pará (Susipe) existem 180 pacientes masculinos e 22
femininos cujo atendimento é feito por uma enfermeira das 8h às 14h, e,
em seguida, por um técnico de Enfermagem em plantão de 24 horas.
A
denúncia partiu de funcionários que atuam no hospital - será checada a
informação de que o técnico de Enfermagem seria, na verdade, um agente
penitenciário aprovado em concurso. Márcia Cristina, do Cofen, destacou
que há 12 anos os profissionais de Enfermagm - enfermeiros, técnicos e
auxiliares de Enfermagem - mobilizam-se pela aprovação de projeto de lei
no Congresso Nacional, estabelecendo a jornada de 30 horas semanais.
Sobre a má distribuição de enfermeiros, Márcia Cristina afirmou que eles
correspondem a 30% do contingente de profissionais da categoria, mas
são responsáveis pelo atendimento a pacientes mais críticos, como
internados em UTI e na urgência e emergência. "Os enfermeiros têm-se
concentrado nos grandes centros, ficando esse profissional escasso nas
áreas mais remotas do País". No Brasil, os profissionais de Enfermagem
somam 1,7 milhão, sendo 20% (350 mil) enfermeiros, e mais 40% de
técnicos e 40% de auxiliares. No Estado, como disse o Mário Vieira, do
Coren-PA, são 6 mil enfermeiros de um total de 46 mil profissionais de
Enfermagem.
Mário Vieira
ressaltou que em hospitais públicos e privados em Belém deveria atuar um
enfermeiro e quatro técnicos de Enfermagem para 40 pacientes
(leitos)/turno de clínica médica (média complexidade), mas ocorre de
ficar apenas um enfermeiro nesse serviço. O secretário de Estado de
Saúde, Hélio Franco, que participou da abertura do seminário, afirmou
que há municípios do interior do Estado nos quais faltam enfermeiros ou a
quantidade é insuficiente para o atendimento a pacientes. O ministro
Joaquim Barbosa, do STF, fará a conferência de encerramento do
seminário, às 9h desta sexta-feira, 29. Ainda hoje, será assinado um
convênio entre o Coren-PA e o Conselho Estadual de Educação, para
fiscalização compartilhada entre as entidades sobre a formação dos
profissionais de Enfermagem.
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