(Foto: Carlos Sodré/Agência Pará )
Dezoito casais foram protagonistas, nesta quinta-feira (28),
do primeiro casamento civil comunitário homoafetivo do Brasil. Promovido
pela Defensoria Pública do Estado, em parceria com a Secretaria de
Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e Prefeitura Municipal de
Marituba, o evento ocorreu no edifício Metropolitan Tower, em Belém.
A
comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais
apoiou a iniciativa do Estado, que também foi alusiva ao Dia Mundial do
Orgulho Gay, comemorado em 28 de junho. A união dos casais habilitados
foi oficializada pelo juiz de Direito José Antônio Ferreira.
Antes,
a união homoafetiva era firmada apenas por um contrato estável, mas com
a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de maio de 2011, os
casamentos civis de casais do mesmo sexo passam a não só entregar
certidões, como também a garantir direitos – isto é, com o
reconhecimento e benefícios assegurados.
“Considero este
casamento uma grande conquista para a comunidade LBGT do Pará, pois o
movimento luta há anos por essa causa. Agora sim, esses casais terão
todos os direitos garantidos, direitos estes que antes estavam restritos
a casais heterossexuais”, disse o coordenador estadual de Proteção à
Livre Orientação Sexual, Samuel Sardinha.
A defensora pública
Rossana Parente observou que a iniciativa partiu do Centro de Referencia
e Combate à Homofobia, da Defensoria, que há dois anos tem formação
voltada para oficialização das relações homoafetivas. “Durante muito
tempo, os direitos que são assegurados a qualquer ser humano foram
negados a essas pessoas”, completou o defensor público Sérgio Lima.
Cristiane
e Marjonie Freire têm uma relação estável há oito anos. Para elas, o
casamento comunitário entre pessoas do mesmo sexo é um marco na história
da população LGBT do Pará. “É um momento único nas nossas vidas. Essa
cerimônia nos torna igual perante a lei, com todos os direitos que os
casais heterossexuais têm. Agora, construiremos uma família e teremos a
certeza de que os nossos direitos estão garantidos”, afirmou Cristiane
Freire. “Hoje eu me sinto igual, pois estou consolidado o amor que sinto
por ela. É uma conquista para todos nós que sonhamos com o casamento
igualitário”, completou Marjonie.
Outro casal que oficializou a
relação foi Jairo e Elvis Santos. Para Jairo, a relação de quase uma
década reforçou o sentimento de ambos. “O casamento reafirma a relação. A
questão da legalidade não se resume a casar e fazer com que as pessoas
notem nosso amor, mas que todos entendam que temos direitos”, asseverou.
Com a grande procura da comunidade LGBT do Estado, o Governo do Pará
pretende fazer outro casamento comunitário homoafetivo ainda este ano.
(Agência Pará)
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