O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a votar nesta terça-feira a
resolução que impede a candidatura de políticos que tiveram as contas de
eleições passadas reprovadas pela Justiça Eleitoral. Seis dos sete
ministros votaram: três pela manutenção da regra e três pela mudança
dela. O ministro Dias Toffoli pediu vista, impedindo a decisão. Caberá a
ele desempatar a disputa. Ele se comprometeu a devolver o processo ao
plenário na próxima sessão, marcada para quinta-feira. A discussão foi
feita a partir de um pedido de reconsideração feito pelo PT, com apoio
de 17 partidos. Até o TSE bater o martelo, o quadro ficará confuso para
os partidos, que farão convenções neste fim de semana.
Nancy
Andrighi, que defendeu a aplicação da regra nas eleições municipais de
outubro também defendeu um esclarecimento melhor da regra,
limitando a inelegibilidade do candidato apenas às eleições seguintes à
das contas reprovadas. Marco Aurélio e a presidente do tribunal, Cármen
Lúcia, concordaram. Gilson Dipp, Arnaldo Versiani e Henrique Neves
votaram pelo restabelecimento da regra aplicada até 2010, em que era
necessária apenas a apresentação da contabilidade da campanha anterior,
sem a necessidade de aprovação.
- Rejeição de contas de campanha é
condição de inelegibilidade? Entendo que a interpretação (feita antes
pelo TSE) está dando um alcance que a lei não deu - afirmou o ministro
Henrique Neves, explicando que, se houver rejeição das contas, a lei já
dá ao Ministério Público o direito de impugnar a candidatura.
-
Não é só o aperfeiçoamento das máquinas, das urnas, que é importante,
mas da cultura eleitoral, da cidadania brasileira - disse Cármen Lúcia,
presidente do TSE.
.
Na primeira parte do julgamento, Nancy
Andrighi defendeu que o recurso não fosse sequer julgado, porque não
haveria previsão em lei para contestar dessa forma as regras baixadas
pelo tribunal. A proposta foi reprovada por quatro votos a três.
Além
da relatora e de Marco Aurélio, ministra Cármen Lúcia, também defendeu
que o recurso não fosse julgado. Saíram vencedores os ministros Dias
Toffoli, Arnando Versiani, Henrique Neves e Gilson Dipp.
- A
matéria administrativa pode ser reconsiderada. Não tenho a menor dúvida
de que nós devemos apreciar o exame do pedido de reconsideração feito
por partidos políticos, que são os interessados na eleição - argumento
Dipp.
A decisão do TSE deverá ser tomada às vésperas das
principais convenções partidárias para formalizar alianças e os
candidatos para as eleições municipais de outubro. O prazo final das
convenções é dia 30 de junho e o de registro de candidaturas, dia 5 de
julho.
No dia 1º de março, o TSE aprovou resolução condicionando
as candidaturas à aprovação de contas anteriores de campanhas — ou seja,
os chamados políticos contas sujas não poderiam ter o registro. Em 6 de
março, o PT pediu a reconsideração do tribunal e obteve o apoio de 17
partidos. O assunto tem entrado e saído da pauta do TSE desde maio.
(Fonte: O Globo)
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