Por Augusto Nunes, colunista da revista Veja:
A tabelinha obscena entre Márcio Thomaz Bastos e Ricardo Lewandowski comprova que o revisor do processo do mensalão não conseguiu sequer esperar o começo do jogo para transferir-se do time de ministros para a equipe de advogados de defesa liderada pelo doutor favorito da bandidagem dolarizada.
Lewandowski demorou mais de cinco anos para concluir o parecer encomendado em 2007. Levaria pelo menos dois para redigir o palavrório desta tarde se Bastos não tivesse cuidado de tudo: o ministro, como berra o texto, limitou-se a ler o que o advogado ditou.
O Supremo Tribunal Federal não vai devolver à primeira instância a maioria dos mensaleiros, como querem os parceiros unidos na luta pela absolvição dos culpados. Mas a dupla já conseguiu adiar por um dia o começo efetivo do julgamento. E Lewandowski pagou mais uma prestação da dívida contraída com Marisa Letícia ─ foi a primeira-dama quem lembrou ao maridão que uma vizinha em São Bernardo tinha um filho que era doutor e muito sabido ─ e com o então ministro Thomaz Bastos, que aprovou a indicação para a vaga no STF.
Não há data marcada para o acerto de contas entre o ministro e o país que presta. Mas a cobrança virá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário