Belém é quente, muito quente. Não dá para negar. Mas é uma cidade
linda, cuidada, preocupada com o turismo e preparada para ser curtida
por moradores e visitantes. Claro que a comida é simplesmente
maravilhosa. Tem um tal de filhote, um peixe tão escandalosamente
delicioso,que quase me vi trazendo um isopor cheio dele pro Rio. Isto
tudo sem falar do açaí que vem em recheio de bombom, em sorvete, na
tigela e vem até no carro de som da Parada Gay, que, domingo passado,
parou a praça em frente ao belíssimo Theatro da Paz , construído em
1878, no auge do Ciclo da Borracha. Mas há muito mais que comida em
Belém.
Existem lugares especiais, pouco falados aqui no sul maravilha. Quer um
bom exemplo? A Estação das Docas, na baía do Guajará. A vista do rio é
linda, as lojas são pequenas, poucas, simples, sem grifes
internacionais, porque a grife é o Pará. Ali eles vendem os seus
produtos típicos, dividindo os galpões com os restaurantes e espaços
culturais. É lindo, mas não é só isto; o melhor está por vir: um palco
suspenso, que passeia por todo o espaço, do alto, deslizando a melhor
música brasileira, em cima dos trilhos que tiveram tratamento acústico
especial para não interferir no som. E deu certo. Outra coisa que deu
muito certo foi transformar o presídio, que um dia foi convento, num
polo joalheiro, com direito a Museu das Gemas do Pará. E você ainda pode
ver fazer a joia que pretende adquirir, no Espaço São José Liberto. Não
é chique?
E ainda vai observar cristais gigantes, belos jardins, artesanato
marajoara e mais espaço para cultura e lazer. Mas não deixe de fazer uma
visita à Casa das Onze Janelas, uma construção do século 18, que já foi
residência, hospital e o que é agora? Espaço Cultural. Isto tudo sem
falar no Museu de Arte Sacra ,no Museu Emilio Goeldi, no Forte do
Presépio, na Igreja da Sé, na Igreja de Santo Alexandre, na Catedral, na
Basílica Santuário de Nazaré e em vários outros lugares que não deu
tempo de conhecer. Claro que o Mercado Ver o Peso é de muito interesse
com suas ervas, temperos, pimentas, castanhas e seus trabalhadores
quebradores de castanha.
Mas tem um lugar especial que se chama Mangal das Garças. É um parque
extraordinário, incrivelmente cuidado e limpo, onde garças, patos,
tartarugas e lagartos gigantes passam o dia com paraenses e turistas
numa convivência harmoniosa, diante dos olhares atentos de guardiões
educados e orgulhosos da sua terra. Em breve, vão inaugurar o maior
aquário de água doce das Américas. Quer saber? Vai lá. É quente, mas é
lindo e o Círio de Nazaré é no segundo domingo de outubro.
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