Não faz muito tempo, em Santarém, eu testemunhei uma cena belíssima e sobretudo comovente: uma senhora bem idosa, talvez com mais ou menos 80 anos de idade, caminhando no calçadão da orla da avenida Tapajós, de mãos dadas com o marido, bem mais trôpego do que ela.
Existirá coisa mais bonita e mais sublime do que esse tipo de prova de união e de carinho? “Quantas vidas naquelas duas mãos entrelaçadas? Quantos filhos, netos e bisnetos?”, como indaga Mario Prata em uma de suas crônicas sobre a velhice. E eu acrescento: quanta luta, quanta alegria, quanta tristeza, quanta dor, quanto sofrimento, quanta história...?
Não sei os seus nomes, não os conheço, mas almejo que ele e ela vivam ainda por muito tempo, nos dando exemplo de tanta felicidade, de tanta ternura, de tanto amor, pois merecem que assim seja. E mais: que os seus cabelos brancos não tenham a força de matar as suas esperanças ou de amortecer os seus sonhos.
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