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sábado, 1 de dezembro de 2012

"Cantinho do Emir" - Uma serenata para o doutor Emir


UMA SERENATA PARA O DR. EMIR (Por José Wilson Malheiros)
Esta me foi contada pelo Emir.
Quando mais novo, ele adorava pescarias e fazia serenatas (bem comportadas, por sinal).
Sei que era fã do Nelson Gonçalves, do Dilermando Reis, do Laudelino, do Machadinho e de outros seresteiros competentes.
Inesquecível o seu programa na rádio, o "Poemas e Canções".
Pois bem, certo jovem, sabendo que ele gostava de serestas, prometeu que na primeira noite de luar, iria levar alguns amigos para tocarem violão ao pé da janela do poeta.
Não havia luz na cidade, mas a noite seguia embalada pelas asas da Lua, que escrevia com letras de prata a paisagem mocoronga.
Lá pelas tantas da madrugada, Emir é acordado pelos os acordes maravilhosos de um violão, que coloriam a quietude da noite.
Pelas músicas que estavam tocando, o violonista era um virtuose e estava apaixonado.
Ele ficou sentado na cama estasiado com o romance daquelas notas musicais que embalavam a madrugada, sem vontade de se levantar, abrir a janela para ver quem era o artista.
Depois de algum tempo, quase hipnotizado pelas melodias, seu coração começou a sonhar.... versos dançavam na sua inspiração, canções pediam para serem compostas...
Então, Emir resolveu abrir a janela, de mansinho... tomando o cuidado para não ser visto. Levou um susto enorme e o encanto acabou-se.
Sobre a calçada, uma vitrolinha de pilha, plebéia, daquelas que antigamente em Santarém se comprava da Zona Franca de Manaus, tocava toda orgulhosa um LP do Dilermando Reis.
O poeta, então, fechou a janela com cuidado, ajeitou a blusa de pijama, deitou-se, outra vez, na cama e foi dormir.
Jamais reclamou daquele concerto, para não estragar os sonhos dos rapazes...
Assim era Emir Bemerguy
=====
MAL  SEM CURA
Quando cintila em céu formoso a Lua,
Como se pedra preciosa fosse,
No coração da gente se insinua
Uma tristeza estranhamente doce.

Sempre gostei de, em meio à madrugada,
Escutar as românticas batidas
De um violão na rua enluarada,
A pontear canções enternecidas.

Ouvindo a voz bonita do cantor, 
Não posso reprimir reminiscências:
Do fundo d'alma emergem, já sem dor,
Recordações de lacrimais ausências...

Abro a janela e vejo: alguém acena
Ao trovador, detrás de uma vidraça...
Lá fora esplende a noite santarena
- Linda, meu Deus!... - E a serenata passa...

É tentação demais!... O mal antigo
Da boemia em mim se manifesta...
Não me contenho: o pinho vai comigo,
E eu me incorporo, eufórico, à seresta!...
 (Emir Bemerguy - julho de 1968 - poema dedicado "aos caros amigos Edenmar Machado e Laudelino Silva")

Um comentário:

  1. Clonando pensamentos lúcidos:

    LUIZ ISMAELINO VALENTE disse:

    1 de dezembro de 2012 às 11:09

    Me parece desnecessária e meramente virtual essa polêmica. Pegunte-se a qualquer transeunte em Santarém se ele sabe quem foi o Maestro Isoca e pergunte-se ao mesmo tempo se ele sabe quem foi Floriano Peixoto. Isoca, dirão de bate-pronto, é um dos representantes-mor da cultura santarena, ao lado do Emir Bemeguy, do Paulo Rodrigues dos Santos, dos irmãos Sussuarana, dos irmãos Fonna, do João Santos, da Dica Frazão (que graças a Deus ainda vive, lúcida e atuante) e muitos e muitos outros. Nada mais justo, portanto, do que nomear logradouros públicos da cidade com seus nomes para perpertuar-lhes as memórias. Floriano – ah, o Floriano, se for lembrado, talvez o seja somente pelos mais idosos (e nada contra os idosos, pois já sou um deles!), porque ele foi o vice do Deodoro da Fonseca (atenção: acho queese Deodoro nem é parente do Maestro!), que assumiu a presidência da República para completar o mandato do primeiro e sufocou com mão de ferro algumas revoltas, daí ter ficado conhecido na história como o “Marechal e Ferro”. Como personagens da história – bons ou maus – como, por exemplo, como Garrastazu Medici, Costa e Silva e o próprio Getúlio que foi um tremendo ditador, e todos com nomes de avenidas, vilas, cidades estradas e pontes -, não tenho nada contra eles serem lembrados com seus nomes em ruas, praças e outros locais públicos. Uma única sugestão, que, aliás, eu já fiz há tempos à Câmara da minha terra, em Alenquer: quando tiverem que trocar o nome tradicional de uma rua ou logradouro público, por favor, aproveitem o embalo e não esqueçam de transfira o nome do substituído para uma outra rua ou logradouro – principamente nos novos bairros onde as ruas são nomeasas por letras ou número que nada representam -, pois assim tereremos mantida e perservada a memória da cidade. Santarém deve estar cheia de ruas sem denominações específicas que podem receber tranquilamente o nome do Floriano. O centro da cidade tem muito mais a ver com o Maestro Isoca do que com Floriano. É ou não é? Meus aplausos, portanto, ao projeto aprovado. Ficando o lembrete para os vereadores: encontrem logo outra rua para plotar o nome do Floriano e a polêmica se descanece. Não deve ser tão difícil fazer isso.

    http://www.jesocarneiro.com.br/politica/troca-de-nome-de-rua-gera-polemica.html#respond

    ...

    Célio Simões disse:

    1 de dezembro de 2012 às 10:52

    Caros colegas e amigos Roberto, Aquino e Mirika, sei que a mudança do nome da rua, com o escopo de homenagear o Maestro Isoca, não teve aprovação unânime dos munícipes. Nada obstante, me pergunto o que fez por Santarém o ditatorial alagoano Floriano Peixoto, que subjugou com mão de ferro as duas Revoltas da Armada no Rio de Janeiro e a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul. E vejam que coincidência histórica: A vitória de Floriano Peixoto sobre esse último levante, motivou a mudança de nome, não apenas de uma rua, porém de uma cidade inteira: Nossa Senhora do Desterro foi destronada e o lugar passou oficialmente a ser chamado de Florianópolis, a bela e aprazível capital de Santa Catarina. Oxalá a Câmara e a PMS continuem de igual modo reverenciando nossas figuras maiores, como Emir Bemergui e tantos outros.

    http://www.jesocarneiro.com.br/memoria/rua-maestro-isoca.html#respond

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