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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Radiografia da imprensa, por Carlos Alberto Di Franco

A virada do calendário é sempre um convite à reflexão. Muitos leitores, aturdidos com a extensão do lodaçal que se vislumbra nos escândalos reiteradamente denunciados pela imprensa, me pedem um balanço do desempenho da mídia. Todos são capazes de intuir que a informação tem sido a pedra de toque da tentativa de moralização dos nossos costumes políticos.

Perguntam-me alguns, em seminários, debates e e-mails, se o jornalismo de denúncia não estaria extrapolando as suas funções e assumindo tarefas reservadas à polícia e ao Poder Judiciário.

Outros, ao contrário, preocupados com reiterados precedentes de impunidade, gostariam de ver repórteres transformados em juízes ou travestidos em policiais.
Um balanço sereno, no entanto, indica um saldo favorável ao esforço investigativo dos meios de comunicação.

O despertar da consciência da urgente necessidade de uma revisão profunda da legislação brasileira, responsável maior pelo clima de imoralidade nos negócios públicos, representa um serviço inestimável prestado pelo jornalismo deste país.
Basta pensar na ruptura da impunidade inaugurada com o julgamento do mensalão e na esperança despertada com a Lei da Ficha Limpa.

A imprensa não tem ficado no simples registro dos delitos. De fato, vai às raízes dos problemas. Alguns poderosos desta República, não obstante o mar de cinismo e de mentira em que navegam, não têm conseguido impor seu projeto autoritário de poder. A democracia funciona. E a imprensa, fundamento básico dos sistemas de liberdade, não tem dado trégua aos caciques de plantão.

A exposição da chaga, embora desagradável, é sempre um dever ético. Não se constrói um país num pântano. Impõe-se o empenho de drenagem moral. E só um jornalismo de denúncia, comprometido com a verdade, evitará que tudo acabe num jogo de aparência.
Leia a íntegra em Radiografia da Imprensa

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